4 maio 2012 - 0h17

Ex-jogadores dão a receita para vencer o Atletiba

Marcar o nome em um grande clube de futebol não é tarefa fácil para qualquer jogador, ainda mais para aqueles que chegam desconhecidos da torcida. Por isso, paciência e perseverança são fatores necessários na carreira dos atletas. Vindos do Botafogo (SP), Gustavo e Cocito enfrentaram grandes dificuldades na carreira até conseguirem conquistar seu espaço. A consagração vestindo a camisa do Atlético ocorreu em 2001, quando conquistaram o Campeonato Brasileiro.

Atualmente longe dos gramados, a dupla conversou com a Furacao.com e revelou um pouco de suas experiências no maior clássico do Estado.

Gustavo foi autor do gol que deu o título do Campeonato Paranaense de 2000 para o Furacão. Na grande final, no encontro contra o Coritiba, com a Arena completamente lotada, o zagueiro falhou no gol do rival, que inaugurou o marcador naquela tarde de domingo. Atrás do placar, apenas o gol de empate daria o título para o Rubro-Negro. Como as coisas não costumam ser fáceis nas conquistas atleticanas, a partida atingia ares de dramaticidade, quando Luisinho Netto cobrou escanteio na cabeça de Gustavo. A bola entrou lentamente na meta de Gilberto, para alívio de toda a torcida do Furacão. Na comemoração do gol mais importante de sua carreira, o jogador tirou a camisa e foi expulso da partida. Valente em campo, o Furacão aguentou firme até o apito final e comemorou o título, que seria o primeiro das três conquistas que marcariam a hegemonia rubro-negra no tricampeonato que viria nos anos seguintes.

Para Gustavo, entrar com alma de guerreiro é necessário no Atletiba. “Não basta querer, tem que mostrar”, afirma o herói de 2000. Nesses momentos, o ex-jogador comenta que nem sempre a técnica e a tática fazem a diferença. “O que manda na verdade é coração”. De acordo com ele, também é necessário que todo o grupo entre com o mesmo espírito em campo, mesmo aqueles que comecem no banco de reservas. O fato de não ter a Baixada à disposição é visto como um problema. “Lá dentro não tem como não correr”, comenta.

Cocito, o único jogador a participar das três vezes que o Furacão disputou a Libertadores, também tem história no clássico. Na Seletiva para a Libertadores, em 1999, o Rubro-Negro jogava mal e era derrotado pelo rival no Couto Perreira. Foi então que o treinador Vadão olhou para o banco e chamou o valente jogador. A partida mudou completamente e o Atlético parecia jogar em casa. A virada ocorreu naturalmente e Cocito, que sempre teve vocação defensiva, marcou um belíssimo gol, calando a torcida coxa-branca que, boquiaberta, viu uma goleada histórica do Atlético que praticamente já despachava o rival do sonho de disputar o torneio continental. Para Cocito, o fundamental é não perder a confiança. “Eu estava muito confiante que entraria naquele jogo e faria um gol. Inclusive comentei com o Lucas na concentração após marcar um gol enquanto jogava videogame contra ele. O que os atletas devem ter em mente é que durante os jogos podemos passar por dificuldades, alguns momentos de erros de passes, onde só marcamos e corremos atrás sem conseguir reter a posse de bola. Mas que se tivermos confiança, força e serenidade podemos fazer as coisas se inverterem e nós passarmos a tomar conta do jogo. Foi o que aconteceu aquele dia. Após eu entrar em campo tentei transmitir toda minha vontade e confiança aos demais”, conta o guerreiro atleticano.

Cocito ainda comenta que a maioria dos clássicos são decididos nos detalhes. O que pode fazer a diferença é encarar o jogo com a responsabilidade de uma partida de extrema importância, mas ao mesmo tempo com a serenidade de uma partida comum.

A palavra do invicto

Paulo André, assim como Cocito e Gustavo, também chegou pouco conhecido na Baixada. Logo conquistou seu espaço e, apesar de ter atuado pouco tempo no Atlético, mesmo sem conquistar títulos, nunca foi derrotado pelo rival.

No Campeonato Brasileiro de 2005 ele foi autor do gol da vitória rubro-negra na casa do rival, por 2 a 1. Para o zagueiro, que atualmente defende o Corinthians, o importante em uma partida como essa é a simplicidade e a concentração. “Não tentar fazer nada diferente do que se faz nos outros jogos do campeonato é o passo mais importante para vencer”, comenta o defensor. A estratégia também é algo levado em consideração pelo zagueiro. “Sempre visualizo, antes das partidas, tudo o que pode ocorrer dentro de campo. As características dos atacantes, as estratégias das bolas paradas e as fraquezas do adversário. Quando essas situações acontecem dentro de campo, se eu estiver um segundo a frente do adversário, terei vantagem. E tento passar tranquilidade aos mais novos, pois os nervos podem atrapalhar muito nas decisões”, afirma.

Na opinião do jogador, o fato de decidir o campeonato fora de casa não é um problema para o Furacão, desde que a equipe vença o primeiro jogo, já que jogaria a pressão nas costas do adversário.

Que as experiências de Gustavo, Cocito e Paulo André possam inspirar os atuais jogadores do Atlético que estarão em campo no próximo domingo, na Vila Capanema, com a missão de conquistar a vitória na primeira final do Campeonato Paranaense 2012. Raça, Furacão!



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