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24 maio 2012 - 12h19

Alma perdedora – ecos de Erechim

Esqueçam o crescimento patrimonial, os cases de marketing, o melhor estádio, o melhor CT, e todas as outras falácias.

Vamos falar de FUTEBOL que, afinal, é (ou deveria ser) a razão da existência do Clube Atlético Paranaense.

Gostaria de trazer à discussão um fato triste, porém incontestável: há anos o CAP tem alma perdedora.

Refiro-me especificamente ao ano de 2004, em que Levir Culpi conduzia uma excelente equipe, que se não tinha uma regularidade, ganhava muito mais do que perdia. Buscava a vitória sempre.

Caminhávamos rumo ao segundo título do Brasileirão, quando veio o fatídico jogo de Erechim, contra o Grêmio.

Todos sabem que uma vitória praticamente asseguraria o título e tudo corria bem na partida. Impúnhamos um 3 x 0 com autoridade, botando bola na trave já com esse placar elástico, quando cedemos o empate em 8 minutos.

Desde esse jogo ao chegarmos às fases decisivas de qualquer campeonato, Estadual, Copa do Brasil, Brasileirão, Sulamericana e Libertadores, a regra é perdermos. Nos acovardarmos diante de qualquer rival, seja quem fosse. Do poderoso SPCF aos ridículos Corinthians Alagoano e Volta Redonda.

Na hora das batalhas decisivas, sempre peidamos e perdemos a guerra.

De 2004 para cá, nunca, NUNCA, investimos na formação de um time competitivo.

Vencemos apenas dois Campeonatos Estaduais desde então, sendo o último graças ao famigerado “super-mando”.

Para mascarar a falta de competitividade, MCP e sua trupe incutiram na cabeça da torcida que os vices de 2004 e 2005 poderiam ser estampados como se títulos fossem, o que é motivo de chacota para as demais torcidas. Afinal, por mais incrível que soe aos defensores do “murro na mesa”, vice não é nada.

Terminamos as temporadas nos salvando de rebaixamentos, com séries empolgantes de vitórias, o que levava as Direções a bradar que “a base era boa” e, por isso, reforços não eram necessários.

Isso é revoltante.

Saiu MCP, veio MM, voltou MCP e o futebol atleticano continuou medíocre.

Um mero instrumento de negociatas.

Um balcão de negócios que permite a Nieto, Morro, Fransergio (argh!) e Nulo Mineiro vestirem a sagrada camisa 9, outrora sinônimo de Paulo Rink, Kleber e Washington.

Balcão que ressuscita Alan Bahia, Vinícius e Ricardinho e apaga Harrison e Marcelo.

Voltamos a contratar promessas de craque. Léo Tiriça, zagueiro destaque do Campeonato Amazonense (há futebol lá?), jogando ao lado de seu pai, vejam só.

Ora, investir em promessa de jogador é aceitar o fracasso como regra.

Se temos um técnico inteligente e amante do futebol ofensivo, há que se investir em jogadores de qualidade.

O futebol atleticano foi jogado às traças em 2004 junto com as pretensões de títulos.

Somos um time que conquistou seu lugar na elite há apenas 15 anos e já vivemos de história. Isso é triste. Isso é inadmissível.



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