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1 jun 2012 - 9h01

Incondicional

Em tempos de profecias apocalípticas, para alguns o mundo ATLETICANO como se quer e como se conhece vai acabar. Sinais não faltam: time, definição de estádio para se jogar, administração, futebol, administração do futebol, Arena, Twitter etc.

Para outros, não muito distante do ‘Armagedom’, em ano eleitoral – passado e presente –, as análises políticas científicas denotam posicionamentos parcialmente coléricos. Partidos políticos para isso e seus adeptos têm aos montes: pró-presidente A, contra presidente B, contra ambos, a favor de fulano ou ciclano, contra tudo e contra todos, etc.

Ainda existem os sábios filósofos em busca da verdade, intelectuais profissionais na tentativa vã de fazer valer as suas razões sobre ‘as coisas do ATLÉTICO’, reais (a vírgula foi proposital). E para isso se utiliza de argumentações bem delineadas, construídas sob o pálio da programação neurolinguística ou do melhor do pensamento humano.

Lamenta-se, mas as profecias apocalípticas contra o ATLÉTICO não vão se concretizar. Se a vida do ATLÉTICO se resumir ao ‘armagedom’ negativista, algo de muito errado está acontecendo. Mas o erro com certeza é os torcedores apoiar tal concepções finais.

Por outro lado, discussões políticas têm foro e lugar próprio. Não aparenta ser o caminho adequado a cada derrota, seja em que campo for, literal ou figurado, declarar voto, ou pedir para que se declare voto, falar bem do presidente A, não gostar do presidente B, etc.

Quanto aos sábios filósofos e suas verdades, estas podem ser um ponto de vista (já diria, agora sim, um grande filósofo, no melhor sentido desta palavra – sábio – Nietzsche).

Aqui devo pedir desculpas. Um comentário sobre PAIXÃO, sobre futebol, não necessitaria de citação de profecias, política ou filosofia (inclusive acima citando um dos filósofos). Todavia, peço um desconto. No fundo, no fundo tenta-se, na verdade, combater profecias, política (e sua irmã gêmea má: a politicagem) e excessos de filósofos e filosofias.

Descreve-se tudo isso para, talvez, ‘de uma maneira sutil’, ‘mas bem sutil mesmo’, tentar fazer perceber o quanto se afasta da essência do ATLÉTICO.

O que é essencial para o FURACÃO. Ora, ele mesmo. Somente ele. Nada mais. Estou dando de ombros para as profecias. Sou ATLETICANO. Não me interessa o presidente A, B, D ou WC, meu partido político é o ATLÉTICO. Não debato vãs filosofias, porque há mais verdades na terra do que nossa filosofia acha ter. Mas em termos de clube, a verdade é somente única: o FURACÃO.

Assim, aterroriza-se com crendices apocalípticas. Discute-se demais política, inclusive de uma maneira deslocada e cheias de somenos significância. Se o dito diz que não se discute religião, política e futebol imagine política no futebol (credo, a imagem formada é de uma medusa dominando tudo com suas ‘tranças’).

Utilizam-se pedantismos (que ou o que se exprime exibindo conhecimentos que não possui) como a citação de filósofos – aí está o propósito de citar o filósofo acima – e a utilização de palavras rebuscadas para explicar o imponderável. APARENTEMENTE O IMPONDERÁVEL FUTEBOL CLUBE NÃO TEM EXPLICAÇÃO.

Falta a simplicidade de outra hora. Não querendo ser saudosista mais já sendo, em outros tempos o ATLÉTICO era o que mais importava para sua torcida. Não tínhamos estádio, ou CT, ou o título brasileiro, mas mesmo assim estávamos lá torcendo, vibrando com a mais simples jogada.

Agora debates contraditórios sobre estádio, administração, política ou filosofia são a pauta para os torcedores.

E as contradições são sempre impostas em desfavor do ATLÉTICO… Novamente as desculpas são necessárias, não dá para entender. Para mim sigo o filósofo contemporâneo Zeca Pagodinho: ‘E deixa a vida me levar… sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu…’, particularmente o FURACÃO.

Não se milita aqui alienação, mas isso não quer dizer ter total indiferença sobre a verdadeira razão de torcer pelo FURACÃO: o próprio ATLÉTICO PARANENSE e seu povo. E isso se traduz em uma única expressão: INCONDICIONAL.

Torcer pelo FURACÃO se o presidente A ou o B são (foram) bons, ou se fizeram ou vão fazer algo pelo clube é ter condições para torcer. Não tenho dúvidas que se os diretores obrarem contra o clube, certamente serão ‘castigados’, principalmente pela torcida.

Acreditar em teorias apocalípticas, nada mais é que aceitar imposição arbitrária de condições para torcer pelo ATLÉTICO.

Utilizar filósofos e pedantismos para fazer valer razões é condicionar os leitores para torcer, não pelo CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE, mas para as argumentações e convicções dos comentaristas, críticos e colunistas.

Chega de condicionantes de fora para dentro de dentro para fora.

Há pouca incondicionalidade e nenhum ludismo (aquilo que visa mais ao divertimento que a qualquer outro objetivo). E a pena é incorrer em monotonia desmedida, já existente.

Com todo o respeito, para ser mais claro e menos subjetivo, chega de chateações, tanto as que vêm de fora, impostas, como as que infelizmente estão se tornando a tônica dos debates sobre o ATLÉTICO, talvez também impostas de fora e, pior, sem que os ATLETICANOS percebam.

Admite-se somente a contradição humorística (ou lúdica) dos torcedores ATLETICANOS. Aquela que já alçou à condição de jogador de seleção brasileira o lateral direito Rogério Souza. Ouvia-se das arquibancadas do Joaquim Américo – ão, ão, ão, Rogério Souza é seleção.

Assim, para encurtar e finalizar, sejamos aquilo que mais nos orgulhávamos, uma torcida diferenciada.

E na TENTATIVA de ser lúdico, segue a seguinte estória (com ‘e’ mesmo).

Em uma ‘teórica’ conversa com AMIGOS ATLETICANOS, um deles fala em relação ao atual elenco de jogadores:

– Poderia ser pior, imagine se no elenco do ATLÉTICO nós contássemos com o Vanin!?

O outro, penso que em tom de brincadeira, disse:

– Ótimo lateral esquerdo, hein!?

E eu penso comigo, parafraseando Machado de Assis em seu conto A Igreja do Diabo:

– O que querem vocês? É a eterna contradição ATLETICANA.

Contradição esta divertida, lúdica, com olhos para um ATLÉTICO, e não para comentários, críticas infundadas sobre o FURACÃO.

Aliás, recomendo a leitura… Não destas palavras alçadas de forma perdida e talvez erradas, mas do conto do Machado.



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