Julgado no STJD, Rodolfo é suspenso por dois anos
Julgado na noite desta segunda-feira (13) pela Primeira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o goleiro Rodolfo foi punido com dois anos de suspensão pelo doping de cocaína em razão da infração ao art. 2º. item 2.1 do Código Mundial Antidopagem. A decisão foi definida por unanimidade entre os relatores. A suspensão poderá ser reduzida para seis meses no Pleno do STJD, a exemplo do caso do jogador Jóbson.
O jogador esteve presente no julgamento no Rio de Janeiro, ao lado do advogado Domingos Moro, do vice-presidente do Atlético, dr. Luiz Sallim Emed e de dois psicólogos. Emocionando, Rodolfo falou aos relatores sobre seu drama pessoal. “Essa doença está me fazendo mal. É algo que fugiu do meu controle, mas estou me tratando. Não usei cocaína para melhorar meu desempenho em campo, porque eu ficava muito cansado no dia seguinte. Me arrependo. Venho de uma família pobre e convivi desde muito cedo com dependentes químicos. Já faz seis anos que sou dependente químico. Estou determinado a me recuperar e sair dessa. Penso muito nos meus filhos”, disse.
Rodolfo revelou que usa cocaína desde os 15 anos. Antes de jogar no Atlético, ele passou pelas categoria de base de São Paulo, Paraná e Internacional. “Dos dois últimos anos para cá, veio se agravando e eu não conseguia me controlar. Usava dois, três dias diretos e, quando concentrava e no dia do jogo, não usava”, admitiu.
Em sua explanação, o advogado Domingos Moro defendeu o atleta e argumentou que o goleiro deveria ser punido pelo doping, mas num futuro breve precisará trabalhar para criar seus filhos. “A cocaína não traz nenhum benefício para o atleta, não há vantagem. Mas a lei diz que não pode ser usada e de fato não pode. O Rodolfo está internado e neste momento não pode voltar a jogar bola. Mas um dia ele voltará e será importante para ele. A lei diz que ele deve ser punido, mas eu peço que essa pena tenha redutores e esteja aliada ao tempo de tratamento dele”, declarou.
Ainda no julgamento, o auditor Washington Rodrigues de Oliveira também votou por dois anos de suspensão, mas na justificativa do voto citou que não deveria haver pena ao atleta, e sim outras medidas. Paulo Valed Perry, presidente da Primeira Comissão Disciplinar, antes de proferir seu voto, fez questão de parabenizar o Clube Atlético Paranaense pela maneira como está conduzindo o caso e dando apoio ao jogador.
Entenda o caso
Rodolfo foi pego no exame antidoping por uso de cocaína nos jogos contra CRB e Ceará, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva, o jogador admitiu ser dependente químico e iniciou tratamento em uma clínica de recuperação com o apoio do clube.
Com informações da rádio Banda B