Amigos, naquela noite fatídica de maio, quando o Petraglia, o maior empreendedor da história do futebol do Paraná, foi enxotado da Baixada, naquela noite em que ele saiu dali arrasado, pouquíssimos o apoiavam, apenas um pequeno grupo o apoiava.

Lembro muito bem que eu falei com ele, via celular, imediatamente após o término da Assembleia, e encontrei do outro lado da linha um homem desgastado, triste, decepcionado, disposto a jogar tudo pro ar e abandonar o projeto.

Eu estava lá, fiquei ao telefone até ele chegar em casa. Eu, um simples ‘Elias da vida’, torcedor fanático do Clube Atlético Paranaense estava ali confortando um dos homens mais poderosos do Brasil.

Alguns dias depois, agora via telefone celular, eu lhe disse que eles, o pessoal do lado oposto, estavam conseguindo o intuito de implantar a OAS porque jogavam com a possibilidade de o Petraglia não se candidatar. Os conselheiros que até então se posicionavam a favor da OAS, faziam-no por não terem outra opção.

Há atleticanos que gostam de ser conselheiros, que fazem tudo para ser conselheiros. Foi então que lhe propus que ele se candidatasse, e mais, que se ele não se candidatasse eu jogaria tudo pelos ares e também abandonaria tudo, estaria pouco me importando se iriam detonar o CAP, se montariam o maior esquema de rapinagem já visto, ‘chega’, e que eu iria queimar meus smarts e deixaria de ser sócio.

Já com a cabeça mais fria, recebi uma ligação no outro dia, do ilustre Sr. Mario Celso Petraglia, pedindo-me para que eu me acalmasse, para que eu não fizesse nada ainda, e que tinha uma revelação a me fazer: ele seria candidato e naquele momento me autorizou a iniciar a lista de adesão dos atleticanos que concordariam em fazer parte da Chapa CAPGIGANTE. Seria eu e mais 299 bons atleticanos, ou melhor, eu e mais 298 atleticanos porque o Petraglia seria um deles.

Lembro também que certa vez ele me escreveu, via email, que meus filhos e netos se orgulhariam por tudo que estávamos fazendo em prol do Atlético Paranaense.

A partir desse dia iniciamos nossa luta que teve o final que todos nós sabemos. Eu posso dizer que fiz parte do projeto, que trabalhei muito para a realização do sonho de todos os atleticanos: o de formar um time de ponta do futebol brasileiro.

Como ninguém é perfeito, muitas coisas ditas e prometidas foram esquecidas pelo Petraglia. Novamente ele estava se desgastando, se isolando. Critiquei-o, paguei caro por isso, ainda estou pagando, não tenho nem carteirinha de conselheiro (foi-me vedado esse direito), e após idealizar – já na formação do Conselho Deliberativo – a Comissão EduCAP que teria como objetivo implantar uma escola dentro do CT do Caju para atender aos nossos jovens atletas, após escolher minuciosamente os nomes para fazerem parte de tal comissão, foi dada a ordem de me afastar do projeto, em suma, fui expulso da comissão.

Houve solidariedade por parte da nossa querida Superintendente de Educação, até então Coordenadora da Comissão, Sra. Meroujy Cavet, e numa demostração extraordinária de bom exemplo, lealdade, ética, ela também se afastou por não concordar com o procedimento déspota do Sr. Mario Celso Petraglia. A vida nos ensina e nos coloca diante de grandes pessoas, extremamente éticas.

A vida nos ensina a todo momento, nos coloca situações feitas exclusivamente para nos enriquecer de conceitos e aprendizados. Fico muito feliz em ver o Sr. Mario Celso Petraglia se vangloriando pelo feito de podermos construir a Arena Fifa, mas ficaria muito mais feliz se ele também se lembrasse da extraordinária luta promovida por milhares de atleticanos, e se ele dissesse: de todos os guerreiros que possibilitaram a construção da Arena Fifa, eu, Petraglia, sou o menos importante, porque o importante são os princípios, e não as personalidades.

Eu ficaria mais feliz ainda se o Petraglia refizesse seus conceitos, se ele aprendesse um pouco mais sobre humildade, característica dos grandes homens da história.

Não faço questão de receber minha carteirinha de conselheiro, eu sei que fiz e continuo fazendo a minha parte, e continuarei fazendo, mesmo que seja expulso do atual Conselho Deliberativo.

Sou um apaixonado pela democracia, e como tal, posso dizer: a Arena Fifa será construída por todos nós, os verdadeiros atleticanos que nunca abandonam o Clube Atlético Paranaense. A Arena Fifa será construída graças à ação decisiva dos apaixonados atleticanos, que na tristeza e na alegria, na riqueza e na pobreza, nunca abandonam o Atlético, porque nós somos assim, exatamente dessa maneira.