O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
3 set 2012 - 18h05

Getúlio Vargas, 2087: O ENCONTRO!

Amigos, no sábado, 25 de agosto de 2012, fui à casa da Dona Marilda, na Getúlio Vargas, 2087, assistir à partida Clube Atlético Paranaense 2×1 Paraná. Fui a convite da própria Dona Marilda, esposa de um sortudo e simpático José Luiz. Aos poucos, vou lhes apresentando a Família.

Começarei pela Matriarca, Dona Ilda (mãe, avó e bisavó), que, aos 96 anos, é a expressão perfeita da doçura materna. E nem mesmo o fato de ela ser coxa faz diminuir em mim o afeto e a admiração: as Mães podem tudo e a Dona Ilda é Mãe Três Vezes Admirável.

Fui à casa da Dona Marilda, mas não fui sozinho. Levei comigo minha querida Amiga Cirley Loeblein, a Ciça, Conselheira do Clube Atlético Paranaense e, sem dúvida, uma de minhas Amigas mais refinadas, e lindas, e simpáticas, e perfumadas, e elegantes, e são tantas as qualidades dela que, honestamente, nem sei por que a Ciça é minha Amiga. Fui com ela, pois sofro de timidez mórbida e eu, sozinho, chegando à casa da Dona Marilda, seria um desastre. Grande sorte ter a Ciça ao meu lado e eram 15h40 quando enfim chegamos ao número 2087 da Getúlio Vargas.

Ao nosso encontro, vieram Dona Marilda e a sorridente Tereza Cristina (a Titina, filha da Dona Marilda e Mãe do baita Atleticano Rodolpho, este que é noivo da Francielle – a Fran). Vieram ao nosso encontro a Dona Marilda, a figuraça chamada Titina e a Freda – uma bela cachorra de pelos macios, a nova agregada da Família. Mas a Freda não é apenas uma cachorra, não. A Freda tem até Camisa do Atlético. A Freda já tirou foto ao lado do Petraglia…

E aos poucos a Família ia chegando. De repente apareceram a Vanessa (Guga) e o esposo, Paulo. A Vanessa e o Paulo são pais da Yohanna e do Nicholas (namorado da Fabiane, a Fabi). E foi justamente com a Yohanna que começou a história da Bandeira na janela. Vou lhes contar…

Há 20 anos, a Yohanna veio com a ideia de botar a Bandeira Rubro-Negra na janela. Era, naquela altura, uma menininha que mal sabia falar, mas já queria a Bandeira. Não conheço Avó que não atenda aos pedidos dos Netos. Do pedido à sua realização foi um pulo. Vovó Marilda arranjou a Bandeira e disponibilizou a janela.

Só que a Yohanna olhou pra Bandeira e fez mais um pedido: Uma ‘estelinha’, Vovó! Põe na Bandeira uma ‘estelinha’!

À época, o fato é que o Atlético Paranaense não tinha o direito de usar nenhuma estrelinha na Bandeira, mas esse negócio de Regulamento não é coisa que detenha os sonhos das crianças e a criatividade executiva das Vovós. Assim, Dona Marilda foi lá e fez: bordou uma estrelinha prateada na Bandeira.

A Yohanna, que nunca foi boba nem nada, curtiu a ‘estelinha’ preateada, mas foi além: quero a ‘estelinha amalela’, Vovó! Aí Dona Marilda, antecipando-se à História, fez lá uma estrelinha amarela na Bandeira da Yohanna e hoje tá tudo muito certo, pois somos, de fato e de direito, donos das estrelinhas antecipadas pela Dona Marilda a pedido da Yohanna.

Essa é a história do surgimento da Bandeira, mas há outras e uma das mais legais quem me contou foi o José Roberto, filho da Dona Marilda, mais conhecido como Beto, namorado da Janisse (Ô Beto, pare de enganar a moça e case logo com ela, piá!!!).

Pois o Beto me contou que a Yohanna e o irmão Nicholas costumavam bater uma bolinha em frente à casa da Dona Marilda. Isso lá por 1995-1997. Naquele tempo, os principais ídolos da gurizada Rubro-Negra eram: Ricardo Pinto, Paulo Rink e Oséas.

Nos jogos, a Yohanna era o Oséas e o Nicholas era o arqueiro ‘Cara de Pinto’, afinal não dava pra exigir que um piazinho tão pequeno acertasse o pomposo nome de Ricardo Pinto, quase nome de cantor de bolero. Aí o Ricardo Pinto virou ‘Cara de Pinto’ e ponto final.

A Yohanna lá, sendo o Oséas, e o Nicholas fazendo milagres sob as traves na difícil missão de ser o ‘Cara de Pinto’. Só que a admiração da Yohanna pelo Oséas só fazia aumentar e o Tio Beto teve a ideia de levá-la ao Joaquim Américo para entrar no colo do bom baiano numa das partidas do CAP. Ideias que são boas na teoria nem sempre funcionam na prática.

Assim, quando o Tio Beto se aproximou do Oséas – tendo no colo a pequena Yohanna – nossa heroína fez de seus bracinhos uma verdadeira sucuri em torno do Beto e não foi pro colo do Oséas nem sob Decreto. Parece que acabou entrando em campo com o Paulo Rink, afinal de contas esse também era goleador (e um pouco menos feioso).

Salto no tempo e volto de 1997 para este 2012. Na tevê da sala acolhedora de Dona Marilda, Atlético 2×1 Paraná. Grande partida de nosso Furacão. Durante o jogo, o Beto me trouxe, fraternalmente, meia dúzia de cervejas; e comemos bolo, pães de queijo, pipoca, provamos das geleias da Dona Marilda, comemos do pudim de leite, tomamos o delicioso café.

Mais do que isso. Naquela tarde, ouvimos histórias lindas, vividas por gente boa demais, por pessoas que reforçam nossa fé na vida e nossa esperança no ser humano.

Eu e a Ciça saímos de lá com vontade de ficar. Dona Marilda me disse: ‘Rafael, agora você também é meu neto!’

Meus olhos se encheram d’água. Graças aos óculos escuros não fui descoberto. Convém a um homem ser uma rocha, ou aparentar ser uma pedra.

Getúlio Vargas, 2087. A Bandeira Rubro-Negra é uma permanência. Estendida na fachada. A poucos metros da Arena. Eu imaginava tantas histórias lindas acerca daquela Bandeira quando passava por lá. Eu estava certo: naquela Casa todas as histórias são de amor, inclusive amor ao Clube Atlético Paranaense.

Vó Marilda, receba, também, todo o meu amor!

Obrigado por tudo!

Um beijão do seu neto,

Rafael Lemos



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…