O tamanho da dívida e a honra de Brutus
‘Atlético é o único time do Brasil sem dívidas’, mancheteiam os periódicos, detalhando e elencando a situação econômica dos principais clubes.
Eu indago: e qual será a posição do Clube no ranking dos endividados quando essa desventura de ‘Arena Fifa’ terminar?
Prejuízos já advindos: a) rebaixamento para a série B ardilosamente orquestrado pelo Sr. Petraglia durante todo o ano passado – série de atos e atitudes maquiavélicas que já, exaustivamente, aqui declinei em exposições pretéritas; b) a ausência da Arena para mando de jogos; c) a inabilidade na locação do Couto Pereira e/ou Durival de Brito com todos os transtornos decorrentes; d) a queda substancial do número de associados; e)a pouca exposição e valorização dos atletas atuando na série B; f) a preocupação com a Arena Fifa implicando no desleixo de interesses outros (vide leilão do Pinheirão que carreou prejuízo de 15 milhões); h) perda do hábito de ir ao Estádio ver os jogos por considerável parte da torcida; i) …
Prejuízos que se estenderão pelo ano vindouro todo – exceto a participação na série B pois o retorno a divisão principal parece provável (comparado o orçamento do Atlético com os demais competidores a essa altura do campeonato já deveria ser fato consumado).
Prejuizo atual e permanente com a sistemática exposição negativa do Clube no cenário nacional face as constantes notícias envolvendo as peripécias da Ação Entre Familiares.
Nesse ítem, um exagero da imprensa dirão, como sistematicamente repetem, marionetes empedernidos. E, nesses últimos dias até não sem razão pois, afinal, o que há de novo nas denúncias do moralista de cuecas que recém desertou, para provocar tamanho alarido dos órgãos de comunicação?
Sim! o que denunciou ele afinal que já não era fato notório, verdade sabida? Que imoral favorecimento familiar se está ora praticar que antes já não se exercitou?
Nada, rigorosamente nada! Tudo agora como dantes no quartel de Abrantes! Tudo quanto é tralha no quintal de Petraglia! Todo que é lacaio na sala de espera do Tataio.
O mesmo arquiteto, o mesmo genro, o mesmo fornecedor de cadeiras, a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores… até aquele bom velhinho vendedor de garapa ainda é o mesmo … (brincadeira ‘seo Perez’, apenas paródia ao Ronie Von – retifico, ao Carlos Imperial, mau hábito de nós brasileiros em mencionar sempre o cantor e omitir o compositor).
Esqueçam as cadeiras (matéria já requentada como diria Paulo Maluf).
Deem atenção ao fornecimento do cimento e constatarão que entre Votoran, na Alta Sorocabana, e o bairro da Água Verde em Curitiba, há muito mais coisas do que a simples dimensão do espaço físico.
E pensar que tudo era tão simples. Bastava concluir a parte superior da Brasílio. Faltava só 15% para concluir a Arena com 30 milhões de reais já em Caixa. Cadeiras reclinaveis poderiam ser instaladas gradativamente, em substituição. A cobertura reclinável, oportunamente, com recursos próprios reservados especificamente. O teto instalado estava em bom estado. E que mal havia em algumas dezenas de pontos cego? era só não instalar cadeiras em tais pontos.
Outro tópico: uma vez reconhecido o pontencial construtivo como verba pública, Estado e Município deixam de ser co-partícipes na obra para serem meros garante de 2/3 do financiamento. Consequência: utilizado o potencial construtivo (e como ir em frente sem ele) Estado e Município se investem no direito de regresso contra o Atlético – direito que obrigatoriamente Governador e Prefeito terão que exercer pena de incorrerem no delito de prevaricação, e que os coxas e imprensa coxa certamente estarão vigilantes.
Em resumo: responsabilidade total do Atlético na reforma e conclusão da obra. Volto indagar: qual será a posição do Clube no ranking dos endividados daqui a dois/tres anos?
Quanto a intermediação do cimento, me escuso conjecturar. Afinal, quem doravante ousar questionar responderá civil e penalmente, tal a ameaça. ‘Esse silêncio todo me atormenta – Atormentado permaneço atento – Na arquibancada pra qualquer momento – …’ (entoava Chico, no auge da repressão militar).
E nem quero aqui atiçar a ira de Rui, Perboni, irmãos Rinaldim … e incautos idólatras outros de menor estampa.
Então encerro o texto com loas, dizendo do Sr. Petraglia o mesmo que a respeito de Brutus disse Antonio nas exéquias de César: ‘Que se trata de um homem honrado’.