Não dormi entre a noite do dia 22 para o dia 23/12/2001. Expectativa, angustia e espera. Cada minuto passava como se fosse trinta.

Eis que chega a hora do almoço. O buzinaço já toma conta das ruas da cidade. Estou na casa de minha avó, no Água Verde, a algumas quadras da Arena. Não consigo engolir a comida. A ansiedade é maior que tudo, inclusive que a fome.

Agora são 15h. Ligo para amigos para assistirmos a maior partida em solo sagrado. Ninguém me atende. Fico desesperado. Será que vou assistir ao jogo da minha vida sozinho? Logo eu que assisti àquelas finais na Arena, rodeado por amigos que conhecia e que não conhecia…

Domingo, 23 de Dezembro de 2001, 16 horas. Começa o jogo. Sozinho na sala da casa da minha vó, único atleticano no recinto e sem direito a cerveja, afinal, tô na casa da minha vozinha, pô!

Por volta das 17h30, a explosão. Kléber Pereira rompe a linha de meio campo e passa para Fabiano. O excelente lateral-esquerdo chuta cruzado. O amigo Sílvio Luiz espalma em direção ao centro da área. Adriano Gabiru voa, mas não alcança. A bola vai na direção de Alex Mineiro. O resto todos sabem.

Sábado, 03 de Novembro de 2012, 16 horas. Wewerton, Maranhão, Manoel, Cléverson, Pedro Botelho, Deivid, João Paulo, Elias, Henrique, Marcelo, Marcão, Felipe, Paulo Baier, Luiz Alberto, Derley, Liguera, Taiberson, Harison, Saci, Gabriel Marques, Heracles, Renan Foguinho, Rodolfo, enfim, todos os atletas que compõem o grupo e mais você, Ricardo, tenham todos certeza: vocês estão prestes de entrar para a história do CAP.

Honrem essa camisa, como o grupo de 2001 honrou e como vocês vem honrando. Suem essa camisa, como o grupo de 2001 suou e como vocês vem suando. Tenham certeza que ao contrário de 2001, de sexta para sábado vou dormir como uma pedra pois já sei o resultado.