A Copa, o Atlético, a imprensa e a Sanepar
Já estamos cansados de ver a nossa imprensa trabalhando contra a realização da Copa do Mundo em Curitiba. Enquanto é travada uma batalha diária contra o Clube Atlético Paranaense, o dever de informar ficou esquecido, levando centenas, se não milhares de atleticanos a migrar para veículos de comunicação do eixo RJ-SP. Nada mais justo e democrático, assim como um serviço mal prestado, onde o consumidor exigente troca de marca.
Acompanhamos, às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, a ação da Polícia Federal na Sanepar, empresa até então considerada modelo, acusada de jogar esgoto in-natura nos leitos de nossos rios. Foi uma ação política? Claro que sim. Mas isso não exime a Sanepar de culpa, pois segundo o Ibama e o Ministério Público, já jogavam cocô nos rios desde 2005.
A nossa imprensa repercutiu o assunto por alguns dias, pois era obrigação cobrir este tema importantíssimo para o meio ambiente e para a população. O que causa estranheza é que o assunto foi esquecido, na medida em que a Sanepar gastou mundos e fundos em campanhas publicitárias em horário nobre, para tentar recuperar sua imagem arranhada. Este assunto é digno de reportagens especiais, câmeras escondidas e testemunhos, que é o que a imprensa sabe fazer de melhor. Mas isso não aconteceu.
Eu fico me perguntando: por que nossa imprensa não se empenha em trazer à tona a verdade do que realmente está acontecendo em nossos rios e gasta tanta energia tentando boicotar um evento mundial, que já está trazendo bilhões de reais ao município e trará muito mais quando o evento acontecer?
Será que se o Atlético, assim como o clube verde, fosse anunciante em alguns jornais, a história contada seria outra?
Como meu pai sempre diz: jabuti não sobe em toco. Se você vir um jabuti em cima de um toco, é por que alguém colocou lá.