Confira como foi a trajetória para o retorno à Série A
Depois de amargar a queda para a Série B, Atlético percorreu um longo caminho e encontrou dificuldades até se firmar no grupo de acesso à elite do futebol brasileiro. Foram mais de seis meses de angústia, marcados por trocas no comando técnico, altos e baixos com vitórias épicas, derrotas e empates inexplicáveis, mas com final feliz. O Rubro-Negro terminou em 3º lugar e está de volta à Série A do Campeonato Brasileiro.
Veja como foi a trajetória do acesso:
Apontado como um dos favoritos ao título pela imprensa especializada, o Rubro-Negro iniciou sua trajetória ainda sob o comando de Juan Ramón Carrasco, no dia 19 de maio. Com uma goleada por 4 a 1 sobre o Joinville, fora de casa, parecia que as previsões estavam certas. Mas logo depois veio o primeiro tropeço: a derrota para o Boa Esporte, por 2 a 1.
Na estreia diante de sua torcida, o Atlético reagiu contra o Barueri. Mesmo sem jogar um futebol brilhante, a equipe conquistou uma vitória tranquila, por 3 a 0, renovando as esperanças da torcida. Foi este o último jogo do Furacão como mandante na Vila Capanema. Na rodada seguinte, porém, novo tropeço decretou a queda do uruguaio Carrasco, que foi demitido em 12 de junho, três dias após a derrota para o CRB, por 2 a 0, que deixou o Rubro-Negro no incômodo 10º lugar da Série B.
Para o lugar de Carrasco, foram especulados nomes como o de Caio Júnior, Estevam Soares e Jorginho, mas quem assumiu foi o então desconhecido Ricardo Drubscky, que comandou a equipe no empate contra o Goiás, por 0 a 0. O jogo marcou a estreia do Atlético no Caranguejão, estádio que foi sua casa durante boa parte da competição. Contudo, a primeira passagem de Drubscky pelo comando técnico da equipe não durou muito: mesmo antes da derrota por 1 a 0 para o Ceará, em 23 de junho, a diretoria já trabalhava para trazer Jorginho, que foi apresentado em 28 de junho no CT do Caju.
Já sob o comando de Jorginho, o time empatou em casa com o Bragantino, por 0 a 0, e foi derrotado pelo América/MG, por 3 a 2. Foi o pior momento do Atlético na competição, quando chegou a figurar na zona de rebaixamento para a Série C – ainda que com um jogo a menos, já que a partida com o Ipatinga, válida pela segunda rodada, havia sido adiada em virtude da disputa da Copa do Brasil.
Foi, aliás, contra o próprio Ipatinga que se iniciou a primeira boa sequência do Atlético na competição. Depois de vencer a equipe mineira por 1 a 0, em 10 de julho, o Rubro-Negro emplacou outras duas vitórias, sobre o ABC e Avaí, ambas por 2 a 1.
Com a sequência de bons resultados, as coisas pareciam estar se acalmando pelos lados do CT do Caju. Mas a equipe não conseguiu manter um bom rendimento e voltou a decepcionar. As derrotas para o Vitória, por 1 a 0 e Guarani, por 2 a 1, bem como o mau desempenho na sofrida vitória por 1 a 0 sobre o Guaratinguetá e as polêmicas declarações de Jorginho, desestabilizaram novamente o elenco. Jogando muito mal, o time voltou a perder em casa, para o São Caetano, por 1 a 0, e a derrota culminou na demissão de Jorginho, no dia 4 de agosto.
A quatro rodadas do final do primeiro turno, o Atlético ainda não havia se encontrado na competição e via cada vez mais distante a possibilidade de acesso à Séria A.
Com a queda de Jorginho, Drubscky reassumiu a equipe em uma posição temerária na tabela e sob muita pressão, mas com tranquilidade obteve a melhor sequência do Atlético até então: foram quatro vitórias seguidas, sobre América/RN, por 2 a 0, ASA e Criciúma, por 1 a 0 e Paraná Clube, por 2 a 1. Os bons resultados devolveram a confiança ao torcedor e permitiram ao Atlético terminar o turno em uma posição mais confortável na tabela, credenciando o técnico – que ainda era considerado interino por muitos – a continuar o trabalho.
Assim, o Furacão iniciou o returno com dois empates por 1 a 1, diante de Joinville e Ipatinga. Depois, derrotou o Boa Esporte, por 2 a 1, e em seguida aplicou a sua maior goleada na Série B: 6 a 0 sobre o Barueri. Goleou o CRB, por 4 a 1, alcançando a expressiva marca de nove jogos de invencibilidade, só interrompida na emocionante e disputadíssima partida contra o Goiás, em 15 de setembro, que terminou com placar de 3 a 2 para o esmeraldino.
O revés diante do Goiás impediu que o Furacão ingressasse no G4 e foi sentido pelo grupo, demonstrando que a escalada rumo à Série A realmente não seria moleza. Apesar de vencer o Ceará, por 2 a 1, logo em seguida, o Rubro-Negro acabou perdendo para o Bragantino, uma das piores equipes da competição, pelo mesmo placar. Foi esta, aliás, a última derrota do Atlético na Série B.
Depois da inexplicável derrota para a equipe de Bragança Paulista, veio talvez a partida mais emocionante do certame. Em pleno Janguito Malucelli, o América/MG abriu o placar logo aos cinco minutos de jogo. Elias empatou, aos 21, mas os mineiros voltaram a marcar aos 28, para agonia dos quase 6 mil torcedores presentes no Ecoestádio. O Rubro-Negro foi buscar novamente a igualdade no placar com Marcelo, aos 38, mas o veterano Fábio Junior deixou o América/MG em vantagem mais uma vez com um gol aos 46 minutos da primeira etapa. No segundo tempo, Marcão tratou de igualar o marcador aos 25 segundos e Marcelo, aos 11, virou a partida. Mas, aos 31, outra vez Fábio Junior balançou as redes para empatar. E quando o empate parecia já estar definido, com o jogo caminhando para o final, depois de boa jogada de Elias, que contou com bate-rebate e bola na trave, o maestro Paulo Baier fez explodir em alegria a nação rubro-negra ao marcar o gol da vitória aos 51 minutos. Atlético, 5 a 4!
A épica vitória encheu de ânimo a torcida e os jogadores, que em campo obtiveram outros bons resultados e foram, aos poucos, buscando colocar o Atlético entre os quatro primeiros. Na sua melhor sequência na temporada, o Furacão venceu também o ABC, fora de casa, por 1 a 0 e o Avaí, no Ecoestádio, por 3 a 1. Em seguida, conquistou três importantíssimos pontos ao derrotar o Vitória, em Salvador, pelo placar de 2 a 0, mas tropeçou em casa diante do Guarani, no empate por 1 a 1, que impediu a consolidação do Rubro-Negro no G4.
Após o empate com o Bugre, o Atlético goleou o Guaratinguetá, por 3 a 0, e obteve outra importante vitória fora de casa, sobre o São Caetano, por 3 a 1. Voltou a tropeçar contra o América/RN, em casa, empatando por 1 a 1, derrotou o ASA, em Arapiraca, por 3 a 2 e empatou com o Criciúma, no Heriberto Hülse, por 0 a 0, em jogo que contou com uma invasão de atleticanos à cidade catarinense.
No capítulo final da difícil saga rubro-negra, o Atlético conquistou o almejado acesso no clássico contra o Paraná Clube, em 24 de novembro, no Ecoestádio Janguito Malucelli. O Furacão empatou em 1 a 1, garantindo a 3ª posição na tabela, acabando com a agonia da torcida e voltando a figurar na elite do futebol nacional.