Novos horizontes
Como sempre, procuro extrair algo de positivo dos fatos pelos quais passo na vida, mesmo aqueles causadores de mal estar e aborrecimentos. Após alguns anos nos quais a nossa participação no campeonato brasileiro se restringiu a lutarmos contra o rebaixamento para a segunda divisão, este fato se tornou realidade justamente quando tivemos que deixar nossa casa para as obras para a Copa do Mundo.
Além da humilhação em razão da queda, passamos outros constrangimentos quando buscamos a ajuda daqueles erroneamente chamados de ‘co-irmãos’, os quais não apenas nos viraram as costas como também fazem o possível para nos prejudicar em relação a reforma do estádio, como se isso lhes será extremamente prejudicial e a realização de um evento mundial em Curitiba não lhes possibilitará extrair nenhum benefício, ao ponto de optar por deixar a inveja lhes corroer o poder de realização (se é que possuem algum) e o próprio futuro (se é que projetam algum).
Todavia, conforme afirmei no início do texto, uma lição positiva é possível extrair disso tudo, qual seja, o espírito de luta, a garra, a demonstração para todos do que representa essa torcida que quebra todos os recordes de público dos estádios onde o Atlético joga, fatores que desde o vertiginoso crescimento do Clube a partir de 1995 se tornou menos intenso no time e na torcida. Nos tornamos, de certa forma, mal acostumados e passamos a apenas exigir mais e contribuir menos.
Não me refiro a contribuição dos sócios torcedores ou dos proprietários de cadeiras, mas ao apoio incondicional que a torcida proporcionava ao time em campo, independente de qualquer outro fator. Com tudo isso foi possível lembrarmos do período no qual não tínhamos estádio e peregrinávamos naqueles que nos eram disponibilizados, onde precisávamos de garra, disposição e muitas vezes saíamos vencedores. Não estou saudoso com relação a esse tempo, mas apenas busco a origem do histórico de Clube aguerrido e torcida fanática, conforme somos conhecidos nacionalmente.
Agora a nossa diretoria se inclina para a formação de uma equipe qualificada para o próximo ano, o que todos nós desejamos, o que nos traz a esperança de um novo período em nossa história vencedora, o que pessoalmente acredito que ocorrerá, mesmo porque, quem assistiu ao último jogo pela televisão, viu no presidente Petraglia a síntese de todo o sentimento da torcida atleticana que sofreu e passou mal diante da tensão proporcionada nos minutos finais da partida.
Assim como ele, nenhum de nós deseja passar por experiência similar e sentir tamanha ansiedade novamente, ao menos para ascendermos à principal divisão do futebol brasileiro. Se houver angústia, que seja em razão da disputa de uma final de Libertadores, Mundial Inter Clubes ou algo semelhante, para, no final, extravasarmos em vibração pela conquista de um título nacional ou internacional inédito.
Assim, creio que novos horizontes estão se abrindo a nossa frente sem limites e o nosso futuro será do tamanho da nossa paixão pelo Clube Atlético Paranaense.
Saudações Rubro-Negras!!!