Atlético: conhecemos seu valor?
As discussões andam quentes neste espaço e por todos os cantos de Curitiba. O Atlético fez bem ou mal ao rechaçar a proposta da RPCTV para a transmissão de seus jogos no estadual de 2013?
Os autores divergem e as teses, favoráveis ou contrárias, são em sua maioria bem construídas e, por isso mesmo, merecem atenção e respeito. E merecem debate e reflexão.
Aprofundando-me no tema, pareceu-me baixo o valor oferecido ao CAP pela RPCTV. Embora aos olhos do torcedor comum – geralmente assalariado, como eu – as cifras pareçam grandiosas, elas se tornam pequenas ao cotejarmos os valores arrecadados pela RPCTV com o estadual e os valores repassados aos Clubes. A TV ganha muito; os clubes, não. Mas cada Clube sabe a sua realidade e o seu valor.
Nesta quadra, é de se questionar: nós, Atleticanos, conhecemos o valor do Atlético Paranaense? Vou além: sabemos o quanto custa fazer futebol em alto nível num País onde a renda se concentra no eixo Rio-São Paulo, em geral, e no eixão Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul, quando se trata de bola?
Fazer futebol é caro! A Torcida pede – na verdade exige! – contratações de peso, reforços que venham, de fato, a qualificar o time para as disputas, e não apenas para fazer figuração. Atitude correta, esperada e lógica, mas a que preço? Ou: com que receitas?
Querer time competitivo com as moedas da RPCTV é incongruência que não se pode aceitar. Assim, a posição de nossa Diretoria é coerente: querer mais (ou buscar mais) para poder fazer e oferecer mais.
Nossa Diretoria conhece o valor do Atlético e dá valor ao Atlético.
Vender o Clube por moedas é desvalorizá-lo, é aceitar que terceiros (estes, sim, preocupados apenas com o lucro) ditem, arbitrem e definam o valor do Atlético Paranaense, de cima pra baixo, e, pior, sem a participação dos Torcedores e Dirigentes do Clube.
Não se pode aceitar – a troco de moedas e em nome da boa convivência com a mídia – que se pague preço de banana por algo que – sabemos – vale ouro! Nosso Atlético Paranaense – o Clube que mais cresceu no Brasil nos últimos 20 anos – não pode aceitar qualquer oferta.
Qualquer oferta se faz a qualquer clube – como o Coritiba e o Paraná. O Atlético, há muito tempo, está acima dos citados times da Cidade e tem tido a coragem de exigir direitos que os outros – por covardia e conivência – deixam de exigir.
A TV quer o produto futebol? Pois que pague o que o espetáculo custa e vale! Que reduza sua margem de lucro e contribua com os cofres dos Clubes de forma mais generosa, até para poder dotá-los de mais fôlego para fazerem frente aos ‘grandes’ do futebol Nacional. Que ajudem também a tornar mais forte o Futebol do Estado do Paraná.
E o que eu disse em relação à TV vale também para as Rádios. Lucram com as transmissões? Pois que paguem por elas. Aliás, o Atlético Paranaense, há cerca de 5 anos, levantou – pioneira e corajosamente – essa bandeira, e foi aterrado por críticas desarrazoadas, parciais e covardes feitas por donos de Rádios ou por seus prepostos (funcionários pagos para defender os interesses dos patrões: coisa de pau-mandado, lacaio e frouxo. Coisa de gente sem vergonha na cara).
Eu apoio o NÃO de nossa Diretoria à RPCTV. E que não venha a RPCTV posar de vítima do Atlético ou tentar jogar o Torcedor contra o Clube: o Atlético Paranaense sabe o seu valor e cobra por ele.
Se outros Clubes ‘fazem por menos’ é porque, certamente, valem menos, é porque valem as poucas moedas que lhes são lançadas. E por se curvarem a propostas vis, talvez valham muito menos.
O Tempo é o Senhor da Razão. O futuro nos dirá o valor de cada um…