Lá a imprensa tem vida dura!
A imprensa paranaense nunca nos deixou maiores quando as portas de nosso CT e estádio estiveram abertas para eles. Nos últimos tempos, pelo contrário, a todo momento nesse espaço víamos constantes reclamações contra a perseguição sobre nós.
Não somos Europa, e nem quero que seja, mas lá estão os clubes mais ricos do mundo e vejam por essa coluna abaixo, do Marcelo Barreto do SporTV, como são as coisas por lá… e nem por isso eles deixam de serem os maiores.
Suprimi o início da coluna porque não vinha ao caso aqui, o endereço eletrônico da coluna está abaixo, caso queiram ver na íntegra.
OS IMPERFEITOS PORTA-VOZES
seg, 08/10/12 por marcelo barreto |categoria Sem categoria
[…]Jogadores da seleção brasileira falam com os jornalistas muito mais do que seus colegas de outros países. No futebol europeu, a relação com a imprensa foi sendo reduzida a tal ponto que hoje os veículos de comunicação se alimentam de migalhas. Em pouco mais de um ano na Europa, já colhi alguns exemplos. Na Inglaterra, não existe o que no Brasil se chama de cobertura de clube: os treinos são fechados, e o único acesso é uma entrevista coletiva do treinador (com sorte, de algum jogador também) às sextas-feiras. Dura uns 15 minutos, sem direito a imagens do treino. Só quando o jogo é da Liga dos Campeões da Europa a Uefa exige que num dia se possa gravar no campo ou no CT e as câmeras são expostas a 15 minutos de roda de bobo antes que todos sejam expulsos pelos seguranças.
De resto, é só zona mista aquela área de entrevistas depois dos jogos, por onde os jogadores passam e param se quiserem. Para os que pagam os direitos de transmissão, com um pouco mais de conforto. Para quem não paga, é na base da cotovelada mesmo. Depois do clássico de Manchester na última temporada, apenas Roberto Mancini, técnico do City, falou com a imprensa. Nem Sir Alex Ferguson nem qualquer jogador dos dois times deu o ar da graça.
Em outros países não é tão diferente. Lionel Messi não dá entrevista exclusiva a ninguém (consegui esticar o microfone para ele na zona mista da entrega da Bola de Ouro da Fifa, em Zurique, e peguei alguns segundos de La verdad es que ). Pep Guardiola, quando foi técnico dele no Barça, fazia o mesmo. Só coletivas, e sem muita paciência. Eu estava em Barcelona quando o time voltou do Japão com o troféu do Mundial da Fifa. O ônibus parou no estacionamento do Camp Nou, os jogadores desceram, cada um foi para seu carro E a imprensa olhava, de trás de um cercadinho, tentando registrar alguma imagem na escuridão.
Um post como este é um prato cheio para comentários dizendo que é isso mesmo que jornalista merece, que a gente não tem nada que ficar se metendo na vida dos caras. No mundo ideal dos jogadores de futebol, o contato com a imprensa não existe, e muitos torcedores parecem dispostos a aceitar essa condição. (Se posso cometer aqui uma indiscrição, jornalista quando está aborrecido também gosta de dizer que a profissão é boa, mas que os únicos problemas são os entrevistados e os leitores/ouvintes/espectadores.) Mas eu ainda prefiro achar que não podemos viver uns sem os outros. Em outro post, escrevi que jornalistas são os imperfeitos porta-vozes dos torcedores no contato com seus ídolos. Continuo acreditando nisso.
Fonte: http://sportv.globo.com/platb/marcelobarreto/