1982, o ano que nunca deveria ser esquecido
Vai começar o estadual 2013, antes do início gostaria de voltar ao passado, pois já se foram trinta anos e quatro meses da grande conquista de outubro em 1982, e sequer os meios de comunicações oficiais do clube comentaram ou relembraram um pouco daquela época com o grande título. Contar o passado aos mais jovens e valorizar os ídolos não faz mal a ninguém.
Para quem foi criança nos anos 70 e 80, imaginar o Atlético campeão era um sonho, este titulo de 82 representa alguma coisa parecido com o de 77 pelo Corinthians, era impossível ser campeão. As conquistas duvidosas com a ajuda de Vander Moreira e o fortalecimento do interior com Maringá, Londrina e Cascavel marcaram esta época e deixaram cicatrizes como as finais de 78 em nós atleticanos.
Roberto, Ariovaldo, Jair Gonçalves, Bianchi, Sergio Moura, Jorge Luis, Lino, Nivaldo, Capitão, Wasghinton e Assis. Estes eram os caras, alguns sofrendo desde o início da década como Roberto, Jair Gonçalves, Nivaldo. Wasghinton e Assis vieram da troca com o Inter por Augusto e mais uma grana na qual foi comprado Detti do Pato Branco, reserva de luxo. Capitão fez dupla com Bozó no rival antes de vir para o Atlético e Jorge Luis e Lino faziam parte de uma fábrica de craques vindos do Flamengo.
O campeonato começou em maio e vencemos o primeiro turno de maneira invicta, partida final contra o Galo Maringá, se não me engano, foi 4×0 na Baixada e depois disso desfile na Boca Maldita. Mas era só o começo e o título estava longe ainda.
Veio o segundo turno e de maneira invicta continuamos na caminhada. Neste turno o Colorado seguiu a receita do Atlético e trouxe dois jogadores do Flamengo, Julio Cesar, um meia, e Edson, ponta esquerda. Veio também Jaiminho, do São Paulo, que se juntaram aos brucutus Caxias, Paulo Marcos e Marinho. Deu um pouco mais de trabalho, mas fomos campeões no Alto da Glória. Não sei se foi neste jogo final ou o do segundo turno em que Wasghinton fez um golaço de bicicleta na entrada da grande área. Resultado: 1×1.
Terceiro turno, perdemos para o Paranavaí, parecia que tudo ia desmoronar, éramos maníacos depressivos que pela falta de títulos íamos do céu ao inverno em segundos; seguimos em frente, nos recuperamos, mas perdemos em casa para o Londrina e chegamos à final do terceiro turno sem vantagem do empate. O adversário novamente era o Colorado, primeiro tempo, saímos na frente, mas o Boca Negra empatou contando com uma falha de Roberto. No intervalo imaginava, não será desta vez, porém vem o segundo tempo e três gols foram pouco naquela tarde de domingo: 4×1 em grande estilo e, depois de 12 anos, nos tornamos campeões novamente. Outubro já não tinha mais futebol em Curitiba.
Saudades de um Campeonato Paranaense forte com Londrina, Maringá, Operário, União Bandeirante e Cascavel. Tristeza de ver este esquecimento, Wasghinton jogado numa cadeira de rodas sendo ajudado por Zico e Fred, Assis declarando seu amor pelo Fluminense no LPF e indignação do esquecimento deste grande titulo e o que ele representou.
Marketing para mim não são só contratos de TV, publicidade e angariar mais sócios, é também preservar a história, contar aos mais novos “os feitos do passado”, valorizar os antigos ídolos e acima de tudo preservar e respeitar a torcida ATLETICANA.