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25 jan 2013 - 11h07

futebol – um grande negócio – para poucos

Quem não conhece a história está condenado a repetir os mesmos erros eternamente – já diz o professor de história.

No final da década de 1950 o basquete mundial era dominado por um clube paulista de basquete. O basquete americano estava indo de mal a pior.

Em meados da década de 70 o basquete americano se organizou e simplesmente dominou a arte do esporte.

A resposta do negócio era simples: ORGANIZAÇÃO.

A mesma organização que foi aplicada no basquete também foi levada ao futebol americano, surgindo duas grandes ligas organizadoras a NBA e NFL.

Estas ligas passaram a resolver os interesses dos clubes, negociando os direitos de transmissão e licenciando produtos e rateando o faturamento entre as equipes associadas.

Os clubes e os atletas nunca ganharam tanto dinheiro como hoje, tornando os clubes em franquias milionárias.

Hoje quem quiser pode comprar artigos esportivos ou tickets para o jogo no site das ligas, basta entrar em adquirir o produto do seu interesse.

No Brasil o futebol está passando por uma crise que tende a ir ao fundo do buraco e se houver porão, alí se instalará.

Há uma semana atrás a seleção sub 20 foi eliminada da copa sul americana sub 20 de forma ridícula, onde dois grupos de 6 seleções se enfrentavam e passavam quatro para fase seguinte.

Sequer passou – a seleção brasileira – da primeira fase, sendo eliminada apesar de ser tetra campeã do torneio.

A questão que pretendo abordar diz respeito as causas de tal desemprenho e o quê isto tem a ver com nosso Atlético.

O futebol brasileiro é muito rentável, extremamente rentável. Mas a renda não é revertida para os clubes nem para os jogadores – explicarei adiante.

Mais interessante é que os maiores clubes brasileiros estão com dívidas milionária, mas paradoxalmente continuam contratando jogadores com salários altíssimos que sequer a bilhetagem do clube chega aos pés dos valores.

Existe aquí um domínio de exclusividade sobre o futebol, um domínio de uma única emissora que move planetas para não abrir mão de seus direitos de transmissão, chegando a destruir o tal ‘clube dos 13’ – que era uma tentativa de organização dos clubes de futebol – para fazer acordos individuais com clubes de seu interesse.

Tal emissora monopoliza os direitos de imagem do futebol nacional, abarcando os interesses na liberdadores das Americas.

A imagem está associada a dois grandes produtos vinculados aos comerciais televisivos e ao milionário direito ao PPV da tv paga.

O monopólio televisito possui tal ordem de influência no futebol brasileiro, que clubes periféricos aos interesses do controle de publicidade televisivo sequer alcançam condições de disputa de títulos nos torneios nacionais.

É de pouco interesse comercial transmitir jogo na liberdadores das Americas entre Boca Junior e Xv de Piracicaba – por exemplo. Nâo vende publicidade.

Dentro desta lógica perversa, o interesse comercial prevalece, assim não é incomum vermos jogos manipulados, onde a arbitragem é tendenciosa a manipuladora dos resultados.

A CBF está no bolso e ainda se vincula às federeções estaduais para se perpetuar no poder. E estas vivem do paupérrimo futebol regional, tirando as migalhas do que pode do seu feudinho local.

Dentro deste domínio e controle do futebol quem perdem são os clubes, pois ainda se confrontam com interesses empresariais que se tornam extremamente fortes quando vinculados ao manquineísmo dos interesses comerciais televisivos. Ou seja, algumas figuras conhecidas passam a atuar como players no chamado ‘mercado da bola’, comprando e vendendo direitos de atletas.

Com a criação da Lei Pelé e Lei Zico, sobrou aos clubes de futebol a idéia de que deveriam ser empresas, tudo isto para tentar livrar um pouco a situação do grande endividamente destes, principalmente com a previdência social.

Aos clubes periféricos ao sistema pouco sobrou a não ser serem figuras periféricas do futebol nacional e seus atletas pouco valorizados e sem muita perspectivas a uma convocação para uma seleção – por exemplo.

Então os interesses de grupos empresariais transformam clubes de tradição na história do futebol nacional em meros locadores de camisas para jogadores que futuramente serão entregues às equipes de maior potencial comercial.

No futebol regional – os estaduais – assistimos uma patética onomatopéia de uma tentativa de organização de um torneio, que mascara interesses promíscuos.

Os grandes clubes regionais são a isca na ponta do anzol para os embates que eventualmente são televisionados. Estes uma grande oportunidade para um jogador obscuro ter sua chance de aparecer e possibilitar um belo contrato ao seu empresário.

Deste modo surgem clubes sem a menor infra estrutura futebolística – sala de musculação, campo de futebol adequado, médico, alimentação, etc – quem tem a sua chance de expor seus jogadores. E que na verdade não passam de clubes de aluguel para os empresários de futebol.

O mais interessante é que as federações locais são coniventes com isto, denotando a existência de má fé no negócio.

Assim, é preciso relembrar a história do título do Atlético em 2001, só fomos campeões brasileiros, porquê na época estava rolando a CPI do Futebol no congresso nacional e a CBF estava com a corda no pescoço.

Em 2004 o Atlético conseguiu um desempenho fantástico, atingido a marca de 84% de aproveitamento dos pontos possíveis na tabela – até hoje insuperada sequer pelos campeões nacionais recentes -. Mas mesmo assim foi vice campeão, sendo superado pelo clube da cidade de Santos, que na época possuíam dois jogadores que eram a sensação da imprensa nacional.

Muito estranho, ponto a ponto até a antepenúltima partida…nenhum tropeço e muitas das vezes com jogos que não eram transmitidos para o time da cidade paulista.

Assim, tenho certeza que muitos atleticanos estão um tanto chateados com nossa diretoria, mas é e será uma luta profissionalizar o futebol brasileiro e obrigatoriamente deve passar pela organização e união entre os clubes.

Vejam, não é estranho que os top five das emissoras também sejam os maiores devedores do futebol nacional?

Nâo é estranho que o top one do futebol paranaense seja o maior devedor do futebol estadual?

O único clube paranaense que está com suas contas em dia é o Atlético.

Porquê toda a pressão sobre sua diretoria?

A resposta é bastante óbvia…se não repassar a parte do lobo este não se sacia.

Esta é a minha opinião.



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