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1 fev 2013 - 12h32

Marolla – Fevereiro

Marolla antes de vir para o Atlético em 85, defendeu a Sele Boca criada por Aziz Domingos na tentativa de conquistar desesperadamente um título, pois o Colorado só possuía meio, o de 80. Foi assim que se iniciou o processo de decadência do Colorado da qual a pá de cal foi colocada em 89, e a história de Marolla no futebol paranaense.

Após de termos um goleiro frio Roberto e outro arrojado Rafael, chegou à Era do Goleiro Sortudo e com Estrela, “MAROLLA”. Foi o goleiro do grupo que ganhou o campeonato de 85 de maneira direta conquistando os dois turnos. No jogo final contra o Londrina, que marcava a primeira despedida do Joaquim Américo para os dias tristes de Pinheirão que viriam pela frente; um espetáculo, casa cheia e goleada de 3×0. No outro gol nada mais nada menos que o futuro campeão do Mundo, Zetti, e na esquadra rubro- negra : Renato Sá, Cristovão, Agnaldo, Dicão, Nivaldo, Ernani e Cia. Atrás do gol a torcida gritava “vamo invadi” e Marolla abria os braços representando um – como? Goleada, campeão direto e despedida. Tudo festa e a torcida quer invadir no meio do jogo.

Depois desta conquista aconteceu um fato inusitado, o Atlético comprou o seu passe e semanas depois o emprestou ao próprio Santos para que ele excursionasse com o clube paulista. Após a excursão retornou ao Atlético e participou de mais um vexame promovido pelo rival, não pensem que a baixaria de 09 foi um caso isolado, tem vários, mas hoje só compete falar do cai-cai das faixas, da qual Marolla era o nosso grande goleiro. O jogo era uma troca de faixas dos campeões de 85. Após um gol legal de Nivaldo, dois jogadores coxinhas foram expulsos e um cai-cai verde generalizado deixou o rival com sete jogadores não permitindo que a partida continuasse, esta baixaria rendeu uma punição pesada ao Rafael. Marolla não perdia Atletibas.

Marola era um inovador nas camisas, me lembro de uma que ele usou no inicio de 86 que lembrava muito uma retrô do Internacional em preto e branco, na época os goleiros não usavam branco e muito menos camisa listradas na vertical. Gostava de brincar na velha baixada de Fut. Vôlei, que era um esboço do esporte de hoje. A rede era baixa e bola podia pingar uma vez. Esta disputa era realizada antes dos treinos e na dúvida Marolla destinava o ponto através de uma brincadeira chamada de palmômetro do Silvio Santos, para quem tivessem mais palmas, era o ponto.

Em 86 no campeonato nacional comandados por Levir Culpi chegamos a assustar, mais a fórmula de disputa era outra. Marolla ficou quase 750 minutos sem tomar gols. Em um jogo no Pinheirão contra o Flamengo, casa cheia, Bruno foi expulso logo no começo da partida, naquela situação não perder era lucro e não tomar gols aumentava o recorde de Marolla. Fizemos dos gols no time do Lazaroni que contava com estrelas como Leandro, Mozer, Jorginho, Zinho, Carlinhos e Kita, estes dois últimos, mais tarde viriam a jogar no Atlético, (Carlinhos se tornou Carlinhos Sabiá e Kita virou reserva do Dirceu), porém neste mesmo jogo, após a vitória épica com gols de Agnaldo e Barbosa, Zinho quase que no fim do segundo tempo, pois fim aos minutos de invencibilidade de Marolla.Muito requisitado no fim do jogo dizia: melhor assim, menos pressão e o que importa é a vitoria. Voltou a ser campeão em 88, ano em que disputamos pela ultima vez com as camisas horizontais em cima do Pinheiros. No campeonato brasileiro de 88 um regulamento doido em que o empate promovia uma disposta por pênaltis, quem vencesse ficava com 2 e o derrotado apenas 1. O goleiro que mais pegou pênaltis nesta competição foi Marolla, dezessete. Foi mais uma vez campeão em 90, ano em que surgiu a paródia de grande sucesso até os dias de hoje do Pink Floyd. Neste ano, Marolla iniciou o campeonato na reserva de Toinho que havia sido contratado, (problemas pessoais com diretor da fusão do Paraná Clube fizeram com que Toinho fosse tocado das Vilas). Toinho estava no gol do Atlético em 90 quando perdemos de três a zero para o rival, na saída para ir ao vestiário depois das três substituições, o nome de Marolla era cantado e gritado, retornou a titularidade no jogo seguinte e não saiu mais. Neste ano fez parte de um dos jogos mais incríveis da história dos Atletibas, a final de 90. Soltou uma bola no pé de Berg que empatou e mais tarde Pachequinho virou. Mais eis que no segundo tempo surge o imponderável futebol clube e com um lateral cobrado por Odemilson, nenhum jogador atleticano toca na bola e este mesmo Berg que se beneficiou da falha de Marolla, com extrema categoria na sua cabeça colocou a bola no fundo do gol de Gerson. Final 2×2 Atlético e Marolla campeões novamente. Na volta olímpica, Marolla comandando o time, para bem em frente à torcida desorganizada do rival, a taça ficou parada e sendo mostrada aos perdedores, como eu ri e fui feliz naquele dia.

No segundo semestre Marolla diz que não quer mais ficar, Atlético contrata Rafael e ficam Rafael, Toinho e Marolla. Marolla não consegue e tem dificuldade de se encaixar em outro clube, me lembro da saudosa Soninha Nasser confortando nosso grande personagem que virou um ídolo inesquecível, carismático e querido com o passar dos tempos. Ultima vez que me lembro dele foi neste mesmo ano, depois de 2 meses conseguiu um contrato com o Criciúma,e jogando no Pinheirão contra o próprio Atlético começou nervoso e falha no inicio. Campeonato que marcou a ida para a primeira divisão com um vice-campeonato e a queda dos coxinhas para a terceirona, depois extinta por obra da CBF e pela articulação do então atleticano Onaireves Moura presidente da FPF.

Fevereiro, no dia 07 é aniversário de Marolla, lembro-me bem porque é próximo do meu, parabéns pela história construída que o tempo mostrou ser linda.Quem com mais de 30 anos não se lembra de Marolla, três títulos são para poucos (Caju e Flavio apenas), e espero que alguém da direção do Atlético tenha o seu e-mail ou seu contato para no mínimo lhe enviar uma mensagem.



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