Sábado à tarde, sol forte na cabeça e lá estamos nós para mais um jogo no acanhado Ecoestádio.

O Atlético nos últimos tempos têm sido notícia mais pelos assuntos extra-campo do que pelo seu futebol. Chega uma hora que cansa. Chega uma hora que a única coisa que você quer ver é um jogo de futebol de noventa minutos, só e somente isso. E que os jogadores honrem a camisa rubro-negra que vestem, não importa quem sejam eles, se de um time A ou de um time B.

E quando dizemos honrar a camisa, que pelo menos mostrem luta e vontade de vencer, mesmo que não tenham muita qualidade técnica.

Começa o jogo e logo se percebe a fragilidade do time do Cianorte. Dá até pena. Francamente, com esse time, o Cianorte é um favorito disparado para o rebaixamento.

Mesmo assim conseguem chegar com perigo ao gol atleticano, mas nada que assuste muito. Tanto é que eu só vi o Santos fazer algumas defesas no segundo tempo.

Até os trinta minutos do primeiro tempo, o único lance mais perigoso que vi foi um chute do Héracles por cima da trave (bem acima).

O Atlético armado com uma linha de dois zagueiros e mais três(!) volantes no meio campo e muito recuado. Na frente Tiago Adan quebrando a bola e se enroscando com os zagueiros. Uma postura extremamente defensiva contra um adversário pra lá de medíocre. Uma chatice de jogo.

Mas eis que em duas jogadas muito parecidas de Hernani, o melhor em campo, no final do primeiro tempo, o Atlético abria 2 x 0 e nos dava a impressão que iria golear no segundo tempo.

E realmente, após o intervalo, o Atlético começou pressionando. O lateral Renatinho fazia boas jogadas pela direita e numa delas depois de uma bola escorada pelo Junior de Barros, que entrou bem no jogo, apareceu na área pra marcar, mas furou espetacularmente. Douglas acerta um tirambaço na trave. Junior de Barros perdeu um gol feito.

Mas o técnico do Atlético, como que estando contente com a vitória por 2 x 0, muda as peças e coloca um zagueiro no lugar do Hernani. Agora eram três zagueiros e três volantes! O time recuou demais e depois de um pênalti infantil, toma o gol e começa a tomar pressão. Nessas horas, inevitável olhar para o amigo relógio a toda hora. Eram 50 minutos do segundo tempo e ainda vi todo o time do Cianorte na área do Atlético (inclusive o goleiro) tentando o gol.

Uma vitória no sufoco num jogo tecnicamente ruim, um dos piores que já vi do Atlético, mas que pelo menos valeu pelo resultado.

O time do Atlético que está jogando o campeonato paranaense tem potencial, tem bons jogadores, mas precisa ser mais ofensivo. Tem jogadores com características ofensivas que poderiam ser melhor aproveitados. Essa tática com três volantes não levará a nada. Pra que três volantes em casa contra o lanterna do campeonato?O técnico poderia abrir mão de pelo menos um volante e colocar um armador. É muita marcação e pouca criação.

A hora da verdade pra esse time sub-23 ainda não chegou. Ainda terá pela frente adversários bem melhores que esse horrendo Cianorte. Se realmente esse time sub-23 vai disputar o campeonato até o final, que pelo menos o técnico se mexa e encontre logo uma formação ideal, que não seja tão defensiva e que saiba impor respeito ao adversário. Se as críticas pra esse time são injustas, que os jogadores e a comissão técnica provem, em campo, que não são.