Saudade do futuro
Dezembro/2001: O torcedor atleticano vislumbrava uma época primorosa pela frente, afinal, éramos campeões brasileiros, disputaríamos novamente a Libertadores, tínhamos a hegemonia estadual e o monopólio da modernidade em estádio. O futuro que se descortinava era a ascensão definitiva como time de grande porte, rompendo com o provincianismo paranaense.
Pretendia-se esquecer o passado, retratado pelo sofrimento da década de 90, pelo isolacionismo do Pinheirão, com o consequente afastamento da torcida e pelas patéticas escalações que usavam a camisa rubro-negra. Cito como exemplo paradigmático a dupla de zaga formada por Caçula e Biluca. Os prosaicos nomes fornecem uma emblemática demonstração do que era o Furacão.
Pois bem.
No início do Século XXI, o Atlético projetava-se como clube de ponta e nós, torcedores, víamos os sonhos e aspirações revelando-se verdadeiros. Eu queria que o futuro chegasse o mais rápido possível.
Fevereiro/2013: O falso desprezo com que o campeonato estadual é tratado representa a ausência de planejamento estratégico pelo CAP. MCP, então visionário, hoje não passa de um reacionário. Todos os grandes clubes brasileiros terão estádios modernos, deixando, portanto, de existir o efeito Baixada.
Se antes o futuro se mostrava alvissareiro, atualmente é pálido.
Tenho saudade do tempo que desejava a chegada do futuro.
Hoje, temo o presente e receio o amanhã.