Vitrine de Mercadoria Alheia
Com frequência, neste espaço, comparece atleticano indignado com as contratações, acusando o Clube de ter virado ‘barriga de aluguel’.
Partindo do princípio ‘menos mal, melhor’, antes assim fosse. Pois, se assim fosse, pelo menos estaria recebendo aluguel pelo empréstimo da saliência abdominal.
Ao contrário, todavia, no caso do Atlético o que vemos é o Clube graciosamente servindo de vitrine para ‘mercadoria’ alheia.
A manchete da última notícia: ‘Em período de testes, Crislan faz gol em jogo treino’.
Esse Crislan é o ‘Neymar do Piauí’. Não confundir com o recém chegado Jean Chera pois este é o ‘Neymar do Pantanal’.
Na notícia que sucede a manchete chama a atenção que ‘atualmente o jogador tem vínculo com o Andraus, clube amador de Campo Largo’.
Esse Andraus é aquele mesmo que ano passado empilhou no elenco do Atlético o zagueiro Alex de tal, e tem como seu Presidente um conselheiro titular de sete votos nas eleições do Clube.
E assim é em relação a atletas empresariados por Baideck, ou que tenham como procurador o nutriempresário de SJ dos Pinhais ou com direitos vinculados ao Deportivo Maldonado – clube uruguaio que vendeu o ‘nosso’ Alex Sandro para o Porto, transferência que o Ministro do Desporto, Aldo Rebello, qualificou de ‘negociação fantasma’.
A ausência de honestidade de propósitos ganha vulto nas atividades negociais do Clube. Onde, hoje, os signatários daquele abaixo-assinado pedindo a renúncia ou impeachment do anterior presidente ?
Meus cumprimentos ao ilustre atleticano Dr. Laertes Fanchin, que não conheço pessoalmente mas há muito ouço falar, pela sua intervenção já algumas semanas em comentário de festejado marionete que assiduamente aqui comparecia para defender as tiranias do déspota. Como bem expôs Dr. Fanchin, se o indivíduo é assalariado do Clube (e sem função e cargo), falta-lhe legitimidade para aqui se manifestar em defesa do patrão.
Creio que outros tantos que não se vexam ao servil bajulismo, estejam gozando igual privilégio.
Ou que outro motivação os impele ao frenesi adulatório?
Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá. E Catão, o célebre censor romano, acreditem, acabou estafeta de luxo do Gionédis (o que talvez explique aquele acordo espúrio com o Figueirense).