Eu tinha um time. Eu torcia para um clube de futebol. O nome dele era Clube Atlético Paranaense. Ele possuía as seguintes cores: vermelho e preto.

Eu não consigo obter notícias sobre ele. Seus jogadores estão proibidos de falar com a imprensa, em pleno regime democrático. Os jogos dessa equipe não são mais televisionados, nem na TV à cabo sequer. A equipe que entra em campo não é a titular. Meus rivais vivem tirando sarro de mim.

Venho, então, publicar esse anúncio: roubaram o meu time de futebol! Tiraram ele da mídia, colocaram jovens garotos numa fogueira, correndo o grande risco de serem literalmente queimados. Uma antipatia e uma falta de respeito sem fim da diretoria para com os sócios desse clube.

Não obtenho notícias concretas sobre as obras do estádio. Promessas que ficaram apenas no papel, ou na campanha presidencial. A torcida foi abandonada. Pagar 100 reais para ver um time reserva às margens da BR-277. Estou fora dessa, meus caros!

Gostaria de propor aqui, baseado em programas do governo federal como o “Fome Zero”, a seguinte campanha: “Público Zero”. Sim, um boicote total aos jogos do Atlético enquanto esse quadro não mudar. Se pelo menos 80% da torcida aderisse, o recado já estaria sendo dado.

Queria poder rever também uma diversidade nas arquibancadas, nas faixas e bandeiras, no modo de torcer. Frases, slogans, referências à bandas de rock. Precisamos resgatar tudo isso. Saudades da turma de vermelho, do pessoal da Ultras, que dava um colorido todo especial. Fiéis e tradicionais torcedores, que foram injustamente afastados dos jogos do rubro-negro.

Ainda mantenho o sonho de rever nossa torcida unida novamente, e além disso, retomar a alegria. Como era bom torcer por esse clube! Passávamos por cima dos nossos adversários, éramos temidos Brasil afora, nossa torcida era um verdadeiro exemplo. Esse é um pedido para as novas gerações de torcedores: não deixem nosso Atlético morrer, por favor! A camisa rubro-negra só se veste por amor.

Saudações Rubro-Negras!