Futebol: criado para se fazer amigos
Amigos, precisamos acabar com essa briguinha ridícula por parte dos dirigentes de futebol dos dois maiores clubes do Paraná, sem entrar no mérito se um ou o outro está com a razão. Esqueçamos isso.
O futebol é negócio, grana, e não podemos queimar dinheiro, esse seria o lado prático da coisa. Há, porém, um outro lado, bem mais sério: ao ficarem brigando, mordendo um ao outro, quer queiram ou não, gostem ou não, eles colocam combustível altamente inflamável na fogueira da violência social.
Os dirigentes brigam entre eles, jogam metáforas no ar, bravatas na mídia, trocam ofensas pela rede, mas eles têm segurança, suas casas são fortemente guardadas, não se expõem nos terminais, não andam de ônibus.
Com essas atitudes, os dois transferem o pavio da bomba social para o nosso viver diário.
Presto serviço como voluntário num colégio estadual da periferia, e posso afirmar: se os dirigentes soubessem o estrago que fazem com certas declarações, eles não as fariam.
Não estou dizendo, e nem quero dizer, que A ou B está com a razão, ou que tanto A e B estejam desprovidos de razão. Chamo a atenção para o fato de que é preciso desarmar essa bomba social. É preciso dar um basta, ou haverá um dia em que será impossível administrar a violência no futebol.
Os dirigentes Vilson Ribeiro de Andrade e Mario Celso Petralia eram amigos, conversavam muito, trocavam ideias, Petraglia estava fora do comando do Atlético, e sei exatamente que o pavio foi aceso por titicas, meras questiúnculas que poderiam ter sido resolvidas facilmente entre eles, mas infelizmente caiu na rede e foi amplamente incentivado por uma mídia silenciosa, mas eficiente no ‘fofoquê’.
Não vamos estimular a violência. os dirigentes Petraglia e Vilson Ribeiro não são as instituições mais poderosas do futebol paranaense, eles estão nelas, fazem parte delas nesse momento. Logo sairão, deixarão de ser presidentes, ninguém é eterno, mas posso lhes garantir que, se não dermos um basta nisso tudo, a violência será eterna e provocará mais danos, cada vez mais destrutivos.
E pensar que o futebol foi criado para se fazer amigos.