10 maio 2013 - 11h34

Petraglia: "Estaremos entre os maiores das Américas"

Em entrevista nesta sexta-feira (10) ao programa Paraná no Ar, da RIC TV, Petraglia voltou a questionar os erros cometidos pela arbitragem nos últimos anos. "O Atlético tem se posicionado em todos os anos da mesma forma, querendo imparcialidade, competência, uma posição transparente nas arbitragens. E cada vez somos repelidos, nosso adversário está sempre contra. Ano passado fomos assaltados, até tuitei algumas coisas naquele momento de emoção. E isso se repetiu, podíamos ter uma arbitragem mais neutra no domingo. Os erros são sempre favoráveis àquele mais simpático. A nossa gestão e o clube, para fazer a transformação que fez nesses anos não pode ser muito simpático. Está sempre antipática a nós", afirmou o presidente.

Após a carta publicada no site e redes oficiais no domingo, onde Petraglia pedia arbitragem de fora para a final do Paranaense, o presidente chegou a brincar sobre um possível W.O envolvendo a equipe atleticana. Questionado pela jornalista Joice Hasselman se a equipe iria entrar em campo no domingo, o dirigente voltou a brincar com o assunto. "Entra, com certeza, mas para quê ainda não sabemos. Temos quatro alternativas: não entrarmos, entrarmos com o time principal, time Sub-23 ou Sub-18. Vamos aguardar os acontecimentos. Mas deixando as brincadeiras de lado, foi uma forma de contestação sobre o nosso desconforto em relação a esses anos todos que o Atlético vem sofrendo com a arbitragem", destacou.

Ainda sobre o futebol paranaense, o presidente comentou sobre o atual cenários dos clubes brasileiros e garantiu que o Atlético estará entre os maiores das Américas. "É de terceira linha. O futebol no Paraná é de terceira linha. É uma realidade, mas estamos trabalhando para fugirmos disso. Temos a cultura, na história do futebol brasileiro, Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas, depois vem o resto, onde estamos incluídos. No Brasil se define o futebol claramente em 12 clubes e o Atlético não está inserido nisso. Mas ninguém além dos quatro grandes do Rio e SP, mais os dois de Minas e Rio Grande do Sul. O resto é o resto. Temos que concordar em alguns aspectos com isso por essa tradição do futebol brasileiro, mas hoje o Atlético com o seu projeto de infraestrutura, patrimonial, marketing, vai passar a fazer parte desse grupo, de primeiríssima linha. É uma realidade, não uma promessa. O projeto foi idealizado e agora está sendo concluído, em mais um ano e meio, no máximo dois, que estaremos entre os maiores clubes das Américas", declarou.

Veja abaixo outros assuntos debatidos na entrevista:

PROBLEMAS COM A IMPRENSA
"Tenho tido problemas sérios com alguns segmentos, alguns veículos, pessoas, pseudos jornalistas e pseudos atleticanos, que são interesseiros e usam o futebol em suas colunas por interesses pessoais e profissionais, e eu tenho os processado. Em cada momento encontro ofensas nas palavras. Tivemos um episódio muito desagradável nas eleições, em 2011, onde um veículo da capital levianamente estampou em manchete uma posição contrária, leviana, desonesta, mentirosa, e eu estou processando. A mídia em Curitiba está muito concentrada, poucos grupos. As ideias do Mario Celso Petraglia são perseguidas, as inovações, os projetos, aquilo que estamos realizando de novo, é que conflita e contraria os interesses. Temos uma posição muito forte pelas nossas realizações. A Copa do mundo vai trazer um benefício enorme para a cidade e o Estado. Todos ficam com inveja".

SUB-23
"Foi um projeto idealizado de uma forma já amadurecida pela nossa experiência, de quebrar paradigmas, mudar, protestar e também dar oportunidade para esses meninos que joguem valendo os três pontos, o valor real de uma partida, com torcida contrária e nossa. Esses meninos só treinando, escondidos, raramente têm uma oportunidade. Um dos grandes problemas para o futebol, para clubes formadores como é o nosso, é essa transição. Está pronto, não está, joga, não joga, arrisca, não arrisca, queima, não queima. Resumidamente alcançamos vários objetivos com essa política de jogarmos com os nossos meninos guerreiros".

ARENA
"Lamentavelmente havíamos prometido que seria este ano, mas tivemos vários problemas. Ontem recebemos a comunicação das duas últimas propriedades que deveriam ter sido desapropriadas em 2011 e 2012, apenas ontem que duas famílias terão que sair, as últimas".

CUSTOS
"Hoje custa barato colocar o Atlético em campo. Estamos em um período de vacas magras, perdemos sócios. Jogar dois anos fora de seu estádio, pagando aluguel, viagens para outras cidade, aluguéis de campo, deslocamento, falta de novos sócios, sem bilheteria, já que não tem tido público para vender ingressos. E recebemos o clube da administração "mais chuteiras", aquela maldita administração que quase entregou nosso futuro à OAS. Era um bando que se apossou. Eles estão aí, nos jogaram na segunda divisão, contrataram projetos que não foram realizados, compraram o Morro por nove milhões de dólares. Felizmente tivemos condições de devolvê-lo. Estamos processando todos os administradores responsáveis daquele momento. Nosso balanço está aí. Há um contrasenso daquilo que o Atlético é e fatura, ainda mais na segunda divisão, que nós herdamos. Nosso faturamento ano passado foi uma média de cinco milhões por mês. Empatou, é muito pouco. Épocas magérrimas. O Atlético entrará num nível de três vezes isso depois do projeto pronto, e sem dívidas. Hoje não temos porque as receitas foram tantas, que eles conseguiram fazer com a estrutura que nós deixamos que não foram capazes nem de gastar tudo".

ALUGUÉIS
"Vai custar mais do que gostaríamos e menos que o Paraná gostaria. O valor é segredo de Estado. Há um compromisso de não divulgação. Nossos contratos todos têm cláusulas, amanhã posso ser processado".

OBRAS E CUSTOS
"Acontecem sustos todos os dias. Agora o que encareceu o projeto foi a demora na liberação das responsabilidades do Estado. A burocracia nos levou a prolongar um ano, adiar os nossos cronogramas, e todo esse custo indireto, administração e obras, gerenciamento, limpeza segurança, um ano a mais".

INGRESSO NA NOVA ARENA
"Vai subir, com certeza absoluta. Agora voltaremos a setorizar o estádio, ficou maior, são quase 44 mil lugares, tem lugares extremamente privilegiados, então estamos setorizando. Os adversários e quem não se associar vai pagar caro, até 500 reais o ingresso. Ainda não está definido, mas os locais mais caros, camarotes, vips, essas coisas".

DESILUSÕES NO FUTEBOL
"Quando comecei no futebol foi um desencontro seriíssimo, pela minha inexperiência, por entender e pensar que encontraria um mundo o mesmo ambiente do mundo dos negócios, onde palavra vale, enfim, e o mundo do futebol nem assinado vale. Você aperta as mãos, abraça, acordo fechado, e você já foi traído por trás. Estou calejado. Briguei com a Globo em 97. Fui injustiçado, a história está aí. O tempo é o senhor da razão. A história das cadeiras está aí, as melhores e mais baratas do Brasil, levei no Conselho, na Assembleia. Estamos construindo o melhor estádio do Brasil. Teremos no nosso nível, no nosso padrão, sem luxo. O mais próximo para assistir, a maior vibração, com teto retrátil. Por R$ 220 milhões. Quando o Itaquerão, do Corinthians, terá quatro mil lugares amais está custando 880".

Clique aqui para assistir à entrevista na íntegra.



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