Para repetir 1990
Ser campeão Paranaense certamente é o sonho de muitos jovens garotos que despontam no futebol do estado. E esse sonho pode se tornar realidade para o jovem elenco Sub-23 do Atlético, que entra em campo neste domingo (12), no Couto Pereira, para o maior desafio de suas vidas como atletas até o momento: superar o favoritismo do time principal e badalado de jogadores experientes do Coritiba, como Alex e Deivid, e conquistar a taça de Campeão do Estado.
Missão difícil? Certamente, mas embalados pela mística da camisa rubro-negra, da força da torcida atleticana, que seja no estádio ou em qualquer ponto da cidade estará enviando energias positivas aos nossos jovens atletas, e à qualidade e futebol moleque dessa nova gurizada, que joga a jogo conquistou o respeito e a admiração dos torcedores, com certeza é possível acreditar e torcer pelo título.
A história também serve de inspiração para os atleticanos. A última vez que o clube conquistou um título Paranaense no Couto Pereira foi em 1990, quando também precisou superar o favoritismo rival para ficar com a taça. Certamente uma história que pode servir hoje, 23 anos depois daquele emblemático título, como motivação extra para jovens estrelas como Douglas Coutinho, Zezinho, Santos, Hernani e tantos outros! Vale a pena mergulhar no túnel do tempo e relembrar essa conquista, conduzida pelo atacante Dirceu. Agarrei a oportunidade que tive e a aproveitei, assim como esses garotos podem fazer. O Alex, pelo Coritiba, pode consagrar uma história antiga que tem com o clube. Já o Crislan [21 anos] e o Douglas Coutinho [19 anos] estão em um momento muito bom e podem fazer a diferença, disse o ex-atacante atleticano, um dos heróis do título de 1990, em entrevista à Gazeta do Povo.
1990 – É isso aí, Berg!
Com a conquista do título estadual de 1990, o Atlético garantiu a supremacia no futebol paranaense, após os títulos em 82, 83, 85, 88 e 90.
A conquista atleticana foi cheia de percalços, ao contrário do que havia ocorrido em 88. O primeiro empecilho foi a esdrúxula fórmula da competição. Os vinte e dois clubes foram divididos em duas chaves de onze. No primeiro turno, os times enfrentariam os adversários do seu grupo e no segundo, os do outro. Os seis melhores de cada grupo estariam classificados para o hexagonal. Os campeões dos turnos receberiam um ponto extra pela conquista.
Os dois melhores de cada chave do hexagonal garantiriam vaga na semifinal, quando só aí seriam decididos os finalistas. O melhor time do hexagonal teria vantagem de jogar por dois empates.
A diretoria atleticana, comandada pelo presidente José Carlos Farinhaqui, apostou no técnico Borba Filho para comandar a equipe, que contava com alguns remanescentes do título de 88, como o goleiro Marolla, o lateral Odemílson e o volante Cacau. A campanha do primeiro turno foi brilhante.
O Atlético terminou invicto, com 8 vitórias, 2 empates e 18 pontos ganhos, terminando como melhor time do estado. Porém, o segundo turno foi desastroso. A equipe caiu de produção e ficou dez partidas consecutivas sem conseguir obter sequer uma vitória. A péssima campanha derrubou o técnico Borba Filho e o auxiliar Nílson Borges assumiu o cargo interinamente.
Na última partida do segundo turno, o Furacão venceu o Paraná Clube, recém-criado e terminou a fase em sexto lugar. Para o Hexagonal, a diretoria contratou o experiente técnico Zé Duarte, com um estilo calmo e de fácil relacionamento com os jogadores. Por sua indicação, foram contratados reforços e o time voltou à boa fase. O Furacão fez novamente a melhor campanha do Hexagonal e também nesta fase ficou invicto, com 5 vitórias e só um empate.
O adversário da semifinal foi o Operário. O primeiro jogo, em Ponta Grossa, acabou em vitória do adversário (por 2 a 1). No jogo de volta, realizado na Vila Capanema, o Atlético venceu por 1 a 0 e garantiu vaga na grande final, contra o Coritiba. Os dois jogos da final foram memoráveis. Graças à melhor campanha do Hexagonal, o rubro-negro tinha vantagem de dois empates para ser campeão e foi o que aconteceu.
O Coritiba vencia o primeiro jogo, numa quarta-feira à noite, até os 44 minutos do segundo tempo, quando o goleiro Gérson cometeu uma falta próxima da área. Gilberto Costa cobrou com precisão e o predestinado Dirceu cabeceou para o fundo das redes, calando a torcida coxa-branca.
O inesquecível gol de Berg
No domingo, a grande final para decidir quem seria o campeão de 90. O Atlético abriu o marcador aos 5 minutos novamente com Dirceu, de cabeça. No entanto, o Coritiba conseguiu a virada antes do intervalo, com gols de Pachequinho e do zagueiro Berg. No segundo tempo, o Atlético foi para cima e empatou em um gol antológico.
Odemílson cobrou lateral na ponta-esquerda, a zaga do Coritiba fez lambança e Berg, pressionado por Dirceu, tentou consertar, cabeceando para trás e buscando mandar a bola para escanteio. No entanto, a bola caprichosamente encobriu Gérson e foi morrer no fundo das redes, para explosão da nação atleticana presente no Couto Pereira.
O Coritiba ainda ameaçou entrar na Justiça por considerar a fórmula do campeonato injusta, mas esse desespero só serviu para aumentar a alegria atleticana. Atlético, campeão de 90 e da década!
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