O Homem Nu da Praça 19 de Dezembro.
Ninguém gosta de perder, mesmo sabendo que jogamos com o nosso Sub-23, que não era nosso melhor time. Sê-lo-ia se trouxéssemos mais 7 jogadores do time A, aí teríamos o nosso melhor.
O que eu quero dizer com isso? Simples: ganhamos 4 jogadores do Sub-23 que podem entrar no time A quando quiserem.
Douglas Coutinho joga bem melhor que o Marcão, é mais rápido, técnico e decisivo. Ele só precisa ser municiado com qualidade, aí ele resolve.
O lateral Léo joga no time com duas muletas e com os olhos vendados. Ele é atrevido, gosta de fazer graça. Vai pra cima, desarma bem – sem falta – e puxa o contra-ataque com rara qualidade.
O Hernani – ah, o Hernani – esse tem lugar no nosso meio de campo. O menino é incrível, qualquer técnico gostaria de tê-lo na meiuca, é um jogador moderníssimo, rápido, cheio de reflexos, abusado, tem um bom chute, arma com qualidade, e sabe se antecipar. Gosto de vê-lo jogar. Só por ele teria valido a pena o Sub-23.
O goleiro Santos é mais confiável, será o nosso titular. Ele não é marqueteiro como Wewerton, mas com ele no gol elimina-se a sensação de pânico nas bolas levantadas na área. Santos é extremamente rápido, dono de um extraordinário reflexo. Cedo ou tarde ele será o dono da 1.
Isso quer dizer que deveriam entrar imediatamente no time A? Isso não é problema meu, é do técnico e da diretoria, o problema é deles. Aliás, um baita problema que os outros clubes gostaria de ter.
A dor da perda do campeonato dura menos de 24 horas. Nesse horário, 04h07min da segunda-feira, os coxinhas já não têm mais o que comemorar. O Homem Nu da Praça 19 de Dezembro já foi escalado, já devem ter tocado e se pendurado à exaustão no órgão da tradicional estátua – a grande coqueluche coxa-branca – e já devem ter voltado pra casa.
Como diria o ‘mala’ Galvão: ‘acabôôôô’ Nada mais há pra comemorar.
O time dos coxas é como a alegria do peão de obra que é ‘chegado na manguaça’, como o peão que teria recebido o pagamento do salário no domingo e na segunda-feira vê-se sem sem dinheiro no bolso, sem documento, e cheio de ressaca e de arrependimento por ter gasto tudo num domingo só. O efeito da cachaça já teria terminado. A triste realidade já chegou. Acabou!
E nós o que temos além da leve indisposição de uma noite mal dormida? Apenas isso, um leve distúrbio causado por uma noite anormal, atípica. Na terça-feira tudo voltará ao normal. Nem enumerarei aqui as maravilhas que nos esperam porque isso já está se tornando repetitivo.
Como diria o músico e poeta Guilherme Arantes: ‘amanhã será um lindo dia da mais louca alegria que se possa imaginar’!