15 maio 2013 - 12h10

Maior público do futebol paranaense completa 30 anos

Quando José de Assis Aragão apitou o início da partida, Atlético x Flamengo entrou para a história. O jogo, disputado há exatos 30 anos, em 15 de maio de 1983, registrou o maior público do futebol paranaense. Ao todo, 67.391 pessoas assistiram à vitória do Furacão por 2 a 0, pela semifinal do Campeonato Brasileiro de 1983, no Estádio Couto Pereira. Porém, como tinha perdido por 3 a 0 no jogo de ida, o time paranaense foi eliminado – o Fla avançou, venceu o Santos na decisão e conquistou o título.

O ex-atacante Washington, que depois seria negociado com o Fluminense, anotou dois gols ainda no primeiro tempo: um aos 29 minutos; outro aos 32. O Atlético dominava a partida e era mais perigoso. Mas, depois do intervalo, o Flamengo cresceu no jogo, equilibrou as ações e conseguiu garantir a classificação. Nivaldo, titular no meio-campo atleticano em 83, afirmou que o intervalo foi determinante para frear o embalo dos mandantes:

– Na minha avaliação, seria melhor se, em vez de ter mais 45 minutos no segundo tempo, tivesse mais 10 minutos antes do intervalo. O Flamengo conseguiu se arrumar de uma maneira esperta. O treinador deles (Carlos Alberto Torres) fez mudanças e conseguiu acertar a marcação. No primeiro tempo, eles estavam perdidos. Se não tivesse parado para o intervalo, nós, com certeza, teríamos feito mais um gol – falou Nivaldo.

O jogo contra o Flamengo encerrou a, até então, melhor campanha do Atlético no Brasileirão. O clube nunca tinha ido tão longe. Na primeira fase, os atleticanos conquistaram três vitórias, dois empates e três derrotas. Na sequência, mais três vitórias, um empate e uma derrota. Na terceira fase, o time teve duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Garantidos nas quartas-de-final, os rubro-negros passaram pelo São Paulo com duas vitórias: 2 a 1 no Couto e 1 a 0 no Morumbi.

Invasão rubro-negra no Couto Pereira

Naquela tarde de domingo, o Couto Pereira estava tão lotado que os torcedores sofreram para entrar no estádio. E, quando conseguiram, tiveram um novo desafio: encontrar um lugar de onde fosse possível ver o campo. Atleticano, Henrique Cardoso era um dos 67.391 torcedores presentes no estádio. Ele relembra as dificuldades para poder assistir àquele jogo:

– Confesso lembrar mais do exterior do estádio do que do jogo propriamente dito, pois estava impossível de ver com sossego. Todo mundo colado um no outro, tentando ficar em pé – afirmou o torcedor Henrique Cardoso.

Para se ter uma ideia da lotação, a final da Copa do Brasil de 2012, entre Coritiba e Vasco, teve 35.122 pessoas ao todo – pouco mais da metade do público registrado em 1983. Apesar da pressão atleticana na oportunidade, o Flamengo conseguiu segurar o resultado que o levou para a final. O ex-goleiro Raul Plassmann, que já tinha passado pelo Atlético, depois ainda defendeu a Seleção Brasileira, falou que o clube carioca não sentiu a pressão porque estava acostumado a jogar em estádios lotados:

– O Flamengo não sentiu o estádio lotado, não. O Flamengo foi campeão, contra o Grêmio, jogando a decisão em Porto Alegre. O clube não tem residência fixa, ou seja, tem torcida em todo lugar. No próprio Couto Pereira, a torcida apoia – afirmou o ex-goleiro.

O Flamengo campeão de 83 fez a final contra o Santos. No primeiro jogo, o resultado foi de 2 a 1 para o Peixe no Morumbi. No jogo de volta, o mítico time rubro-negro, que era o atual campeão mundial, fez 3 a 0 no Macaranã e garantiu a taça.

Na equipe que enfrentou o Atlético, além de Raul Plasmann, havia Leandro, Júnior e Zico. Com o título de 83, o Rubro-Negro carioca fechava o seu tricampeonato brasileiro depois de vencer em 1980 e 1982. Ele voltou a levantar a taça em 1992, 1987 e 2009.

Já o Atlético de 1983, com jogadores de destaque como Roberto Costa, Capitão, Washington e Assis, entrou para a história como uma das melhores formações do clube. Depois daquele ano, o Furacão teve duas campanhas melhores no Brasileirão. Em 2001, o clube conquistou o título ao vencer o São Caetano na decisão. Já em 2004, o Furacão ficou com o vice-campeonato – foi ultrapassado pelo Santos na reta final.

Atlético é dono de outros recordes no estado

Além do Couto Pereira, o Atlético também é dono de outros recordes em estádios no Paraná. O maior público da Vila Capanema, estádio do Tricolor, foi uma vitória rubro-negra sobre o Santos, em 1968. Na ocasião, 24.303 pessoas assistiram ao jogo. O recorde do Pinheirão, que atualmente pertence à JD Agricultura e Participações e está abandonado, também foi registrado em um jogo com mando do Furacão: 2 a 1 sobre o Coritiba, pelo Campeonato Paranaense de 1998, com 44.475 torcedores. E o maior público do Ecoestádio Janguito Malucelli aconteceu em outro clássico: o empate do Atlético-PR com o Paraná, pela última rodada da Série B de 2012, teve 6.609 pessoas – o local tinha capacidade para, no máximo 7 mil.

Em casa, na Arena da Baixada, o maior público foi nos 4 a 2 sobre o São Caetano, pela primeira partida da final do Campeonato Brasileiro de 2001. Ao todo, 31.700 torcedores assistiram à decisão in loco. Na sequência, o Furacão venceu o Azulão por 1 a 0 em São Paulo e conquistou o principal título da história rubro-negra. Esse recorde poderá ser quebrado em 2014. Depois de pronto, o estádio terá capacidade para 43.981 torcedores. A previsão de reinauguração é para dezembro.

Reportagem especial de autoria do jornalista Fernando Freire publicada hoje pelo portal GoboEsporte.com



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