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14 jul 2013 - 10h07

1974

Inicio da década de 70, o campeonato brasileiro começa a ganhar força, oficialmente se inicia em 1971, porém antes tivemos quatro edições do Robertão (67/68/69/70) em que times de fora do eixo participavam do torneio, com destaque para o ano de 1968, em que o Furacão assustou o Brasil. Com jogos na Vila Capanema, o Atlético derrotou o temido Santos de Pelé campeão deste torneio com um golaço do Madureira, goleou o Corinthians, e Sicupira inicia a sua história no clube com um gol de bicicleta em cima do São Paulo. Já na década de 70, no inicio dos campeonatos nacionais, um ano em especial deve ser lembrado, o ano de 1974.

Em 1974, Pelé se despede do Santos, Zico já dava os seus primeiros chutes e não é levado por Zagallo, que perdido com as aposentadorias de Pelé, Carlos Alberto, Tostão e Gerson, chama mais de 40 jogadores para a preparação da Copa na Alemanha de 74, onde surge para o mundo o “Carrossel Holandês”, idealizado por Rinus Michels e comandado dentro de campo por Cruyff. No Brasil, o campeonato brasileiro vai ganhando força e a disputa de 1974 era composta por 40 times em duas chaves, se classificavam os 22 com melhor pontuação, independentemente do grupo mais os dois times com a melhor renda. O Atlético estava em um grupo com grandes times, teve 10 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, um aproveitamento de quase 60%, muito próximo do Internacional e as vitorias são contra o próprio Internacional (1×0), Botafogo (3×1), Fluminense (3×0), Coxinha “sem Vander Moreira no nacional” (1×0), Portuguesa (1×0), Bahia (1×0), Remo (2×0), Olaria (4×0), America RN (1X0), Sampaio Correia (1×0). O Furacão ficou em sexto lugar na classificação e foi para a segunda fase que era composta por quatro grupos de seis times. Neste regulamento só existiriam jogos de ida e apenas o primeiro colocado se classificaria para o quadrangular final. O grupo do Atlético era o “4”, formado por Atlético, Internacional, São Paulo, Portuguesa, Fluminense e Goiás. O time rubro-negro jogou apenas uma partida em casa e empatou com a Portuguesa (1×1), e jogando fora foi assim: contra o Internacional (1×1), venceu o Fluminense no Maracanã (1×0), empatou com o São Paulo no Morumbi (0x0) e venceu o Goiás (2×1). O Furacão ficou a um ponto do Internacional que jogou três partidas no Beira Rio e que se classificou para o quadrangular final, dizem que o Internacional não ganhou este nacional por descuido, e após o término da competição nacional disputando o estadual gaúcho, foi o campeão invicto com 18 vitórias em 18 jogos. Então, o Atlético ganhou deste time na primeira fase e empatou na segunda fase, ficando a um ponto da classificação jogando praticamente toda a fase final fora de casa. É uma campanha que jamais poderia ter sido esquecida. Mandamos todos os jogos no Esgoto Pereira, Waldemar Carabina, ex-jogador do Palmeiras inicia sua carreira como técnico no Atlético e comanda este time no campeonato todo, que era formado por: Altevir, que neste ano começa a se firmar no gol atleticano. Alfredo se consolida como um dos zagueiros mais clássicos da história do clube. Sicupira que em 72 foi emprestado ao Corinthians e marcou um golaço contra o Ceará numa tabelinha de cabeça com Rivelino, volta para nunca mais sair. Ladinho é admirado por Telê Santana que o leva para o Grêmio no ano seguinte. O lateral Julio, jogador de grande raça se aposenta após o torneio. Nilson Borges disputa o seu último campeonato nacional. Sergio Galocha e Didi Pedalada vieram do sul. Didi Duarte parecia um líder sindical com aquela enorme barba. Claudio Deodatto vem do São Paulo. Os jovens pratas da casa eram Bira Lopes e Liminha. Sem casa para ser o mandante de fato, encarar por duas vezes o maior campeão nacional da década de 70, disputar a segunda fase jogando 4 partidas fora de casa em que se tinha um forte esquema de arbitragem na época e permanecer invicto a um ponto do líder não é para qualquer um. Após uma breve pesquisa e algumas recordações, constam in memoriam Waldemar Carabina, Sergio Galocha, Didi Pedalada, Liminha e Claudio Deodatto, que Deus os tenha. Formavam também este grupo, os jogadores Taquito, Chavala, Caio, Almeida, Nilton, Vermelho, Carlos Ernesto, Carlos Cesar, Toninho, Clarindo, Geraldo, Nilton e Daúca, da qual não consegui informações infelizmente.

Além dos citados, eu me lembrei de Geraldo, Geraldão e conhecido em Bandeirantes como Geraldo Roncato. Eu morava em Bandeirantes quando o Atlético foi fazer um jogo contra o União em Vila Maria, escutando a rádio local antes do jogo, o repórter vai entrevistar o então gerente Geraldo Roncato. Geraldo se diz dividido, pois tem um enorme carinho pelo Atlético, questionado pelo repórter por que desta admiração ela conta uma história muito linda. Relatava que fora contratado pelo Atlético no inicio dos anos 70, e que ao chegar a Curitiba, seu filho mais velho tem um grave problema de saúde. O Atlético no inicio da década era um clube como todos os outros, sem estrutura, e o departamento médico para jogadores praticamente não existia, então imagine para os filhos dos jogadores. Então quem trata o seu neném com a maior atenção e carinho relatados pelo próprio Geraldo é uma torcedora do Atlético, professora Dra Leide Marinoni. O carinho com que ele contava a história do tratamento que seu filho teve foi emocionante, afirmava que através destes cuidados e desta atenção destinados a seu filho pela Dr Leide Marinoni, o neném foi curado, consegue voltar a jogar futebol e que nasce uma grande amizade com a Dra Leide e uma torcida eterna para Atlético.

Grande campanha esta de 1974, em semana de ATLEtiba, é importante relembrar grandes historias, grandes feitos do passado, e parabéns a todos que participaram desta memorável campanha.



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