Planejamento (?) – ou o MCP é um gênio, ou é muito sortudo!
Quatro meses (pouco mais) treinando, disputando ‘torneios internacionais’, treinando, fazendo amistosos, treinando, treinando, treinando… questionado, nosso presidente avisou: ‘No segundo turno a diferença vai aparecer…’
Bem, dizem lá os que estão mais próximos do dia a dia do clube que esse projeto, que também teve o objetivo de manobrar pela volta da Sul Minas e dar cancha pra molecada no Paranaense (foram vários os ‘objetivos’, na verdade), foi orquestrado pela diretoria junto do Moracy Santana. Segundo consta, o extenso período de treinamento e recuperação da temporada passada faria muita diferença na etapa final do Brasileiro. Os discursos, quando objetivos em relação ao tema, refletiram mais ou menos isso na mídia (institucional e na grande imprensa, depois).
O Ricardo D. montou um esquema de jogo interessante. Baseado na ‘velocidade’, o plano tático (faz sentido pra mim, agora, pelo menos) alinhava com esse projeto físico. Ou seja: demos gás pro time no início do ano, preservamos, aprontamos a ‘biologia’ da rapaziada e quando saimos pro campo, valendo 3, o Atlético realmente impressionava. Não ganhava, marcava 4 e tomava 5, tomava gol chorado no final, aquelas coisas… mas impressionava. Só que, na ‘velocidade’, explorando a exuberância física contra times que já estavam na meia temporada, nossa solução acabou se tornando nosso problema. Ou seja: a ‘velocidade’ virou ‘afobação’ e parecia, por vezes, que o pessoal corria mais rápido que a bola… e isso é receita certa pro desastre, mesmo em um esquema que tinha tudo pra dar certo.
Bem, mandaram o R.D. pra casa e trouxeram o Mancini. Eu achei uma grande barbeiragem, na ocasião. Pra mim estavam tirando um cara que, se não era um gênio, tinha conseguido dar cara de time (o que a gente não via há muito tempo) pro Furacão, e trazendo alguém pra salvar a cabeça da diretoria. Só que, por sorte ou por uma visão muito apurada da situação de momento, acabaram acertando em cheio!
Além de não perder o afinamento tático exaustivamente trabalhado no começo do ano, o time ficou mais consciente, mais calmo. Continuou usando velocidade, mas nas horas certas. Continuou girando a bola, prevendo e antecipando posicionamento, marcando com inteligência, mas passou a controlar melhor os jogos. Quem lembra dos jogos em casa no começo do campeonato deve ter notado a diferença de postura em relação, principalmente, aos dois últimos jogos. Parou o frio na barriga!
Assim, na minha humilde opinião, das duas uma: ou o MCP, que, afinal, é o ‘cabeça’ da coisa, é um gênio ou é um cara de muita sorte. Hoje, parece, fez o certo no começo e, quando a coisa não andou exatamente como planejado, mudou o que tinha que mudar, acertou o que tava errado e arredondou o ano da gente.
Daqui pra frente, em especial quando o segundo turno começar a encostar os adversários no D.M., quando os últimos 15 minutos dos jogos virarem aquele ‘rebosteio’ todo, quando o time que tiver mais gás vai sofrer menos, aí é que vamos ver se tudo isso faz mesmo sentido.
Eu quero acreditar que sim. Acho que o Moracy não chegou onde está em termos de status profissional à toa. Acho que o MCP não fez o que fez nas últimas décadas na base da pirotecnia empresarial. Acho que podemos nos surpreender ainda mais com esse time daqui pra frente. Acho, torço, acredito!