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28 ago 2013 - 10h24

Eu só quero é ser feliz!

Tudo conspirava para que eu não fosse à Vila Capanema ver o jogo contra o Botafogo. Houve um momento, porém, em que decidi ir. Além de ver o meu Atlético Paranaense jogar, eu também queria ver Seedorf e Vitinho em campo. Jogam muito, pensava eu. Percebi que as coisas conspiravam para que eu fosse. Fui. Queria muito ver os dois craques do time do Botafogo. Sou um apaixonado pelo futebol, pelo bom futebol.

Como eu estava na social coberta, vi-os bem de perto, entrando em campo para reconhecer o gramado e bater bola. A galera saudou o ídolo: ‘hei, Seedorf, vai plantar caju!’. O craque, além de jogar muito bem, demonstrou ser um excelente gozador. Sorria para a torcida que o presenteava com aquela saudação genuína da TOF, enquanto acenava com o sinal de positivo. Seedorf é realmente um gênio, dentro e fora do campo. No dia seguinte, antes de voltar ao Rio de Janeiro, foi ao Hospital Pequeno Príncipe fazer uma palestra às crianças ali internadas. Seedorf é realmente fora de série. Queria vê-lo em nosso time. Foram os únicos momentos em que os vi. Sumiram no jogo. Simplesmente foram engolidos pela postura do nosso time em campo, e pela inteligência do nosso técnico, que aplicou um “mata-leão” no Osvaldo de Oliveira, um técnico simpático e bonachão, casado com uma bela senhora que gosta de twittar suas opiniões de forma corajosa, como cobrar salários atrasado pelo twitter.

Mas não é esse o foco central da minha escrita. Há bem pouco tempo eu exercia críticas contra a atual administração com relação ao futebol. Fazia marcação cerrada, pois sabia que havia algumas incoerências no Reino do CT do Caju, nas coisas da bola. Nunca critiquei a administração atual sobre construção de estádios, ou sobre a forma de conduzir as coisas econômicas do nosso clube. Quanto a esse aspecto, Petraglia é campeão. Discordava apenas da parte do futebol. Afinal, sou um apaixonado por esse esporte.

Ao fazer as críticas fundamentadas, recebia um verdadeiro massacre por parte da tropa de choque do Petraglia. Os puxa-sacos de plantão, agindo em bloco, procuravam de todas as formas me convencer de que não se podia fazer times competitivos enquanto se construía a Arena Fifa.

Eram vorazes, abnegados. Havia uma competição terrível para ver quem era o melhor bajulador do reino. Queriam me convencer de algo, que para mim não fazia o menor sentido. Meu maior argumento era o de que havíamos prometido que faríamos times vencedores, e que temos um dos melhores, senão o melhor, CT do Brasil. Portanto, seria desproposital disputarmos a liderança da zona do rebaixamento. Era muita humilhação para quem se dizia Gigante. E mais, perder para os “coxinhas” em campeonato brasileiro? Para mim, isso soa como a suprema realização do vexame e da incompetência atleticana.

Algumas observações da tropa de choque me chamavam a atenção. Houve um cidadão, que no afã de demonstrar sua obediência canina, disse na rede: ‘tem que fazer um desenho para ele entender’. “Ele” no caso seria eu. Desenhar o quê? Dizia-lhe eu. Desenhar a sua arcada dentária agarrada no saco do bajulado?

Na ocasião falei que não discutiria mais futebol com gente de opinião única, completamente obnubilada pela ânsia de puxar o saco do rei. Não tenho mais paciência para essas coisas. Prefiro cuidar do meu cachorro que está cego, surdo e agora também está ficando gagá. Pobre Jack.

O Livro do Nestor de Hollanda, ‘O Puxa-saquismo ao Alcance de Todos’, traz-nos algumas situações interessantes sobre a arte da bajulação. Numa delas consta que Adhemar de Barros perguntou a um dos seus assessores:
– Que horas são?
– As horas que o meu bom governador quiser! Respondeu-lhe o serviçal, que mais tarde foi agraciado com uma bela promoção, uma espécie de ‘agradinho’ do chefe ao seu fiel puxa-saco.

Por curiosidade procurei no dicionário alguns sinônimos da expressão “puxa-saco”. Encontrei coisas interessantes. Confesso que fiquei impressionado com a forma como a cultura popular trata desse tema. Sugiro que também procurem conhecer tais sinônimos. Irão se deliciar!

Voltemos ao assunto principal. Há os críticos movidos pelo desejo interno de ver o circo pegar fogo. É a turma do “quão pior, melhor será”. Esses não devem ser levados tão a sério, embora, em algumas das vezes, eles possam ter um pouquinho de razão, noutras toda razão e, grosso modo, nenhuma razão. Mesmo assim, convém ouvi-los. Eles nos ajudam, e muito.

Mas há determinados críticos que sempre devem ser ouvidos. Eles podem estar tentando ajudar a liderança a fazer um bom trabalho. O que seria do verdadeiro líder que se acercasse somente do seu exército de puxa-sacos? Boa coisa não lhe viria. A Síndrome de Hybris explica muito bem tal distorção psíquica. O presidente Barak Obama não suporta bajuladores. Ele conhece bem esse terreno, por isso tem se dado muito bem, é o homem mais poderoso da face da Terra.

Amigos, o Atlético Paranaense vai muito bem, obrigado. Fico feliz. E muito mais feliz por não ter acreditado no exército dos bajuladores. A tese principal deles mostrou-se mentirosa. No afã de defender o fracasso, diziam que não podíamos fazer times vencedores, que estávamos construindo a Arena, que havia um projeto, que estávamos torcendo contra, e outros “blablablás”. Era tudo uma falácia (já ouvi isso em algum lugar).

Ainda bem que grandes atleticanos não entraram nesse engodo. Sabíamos que poderíamos chegar mais longe. Não nos contentávamos em lutar para ficar entre o 12º e 16º lugar da classificação do Campeonato Brasileiro.

Tanto tínhamos razão, que estamos no G4. A preocupação maior não poderá ser a de encontrar desculpas esfarrapadas, e sim, a de permanecer no G4 e se possível, beliscar a primeira colocação. É impossível? Não. É possível chegarmos lá. Se deixarmos nas mãos do exército de bajuladores, teremos de nos contentar com o ficar entre o 12º e 16º lugar. Na opinião deles esse deveria ser o nosso papel em 2013.

Sem pressão não haveria mudança. Sem ela, o bonachão Druba ainda estaria brincando de Heracles, Pablo, Ricardinho, Marcão e outros mais, enquanto nos descabelávamos nas arquibancadas. Pobres daqueles que não tinham cabelo. Esses aí mordiam a unha, xingavam a mãe de todo mundo da diretoria, faziam horrores nas arquibancadas. Coitados. Eu tinha uma pena ao vê-los sofrendo.

Se continuássemos no mesmo ritmo, caminharíamos para o caos, e em determinado momento teríamos de recorrer ao Marcos Malucelli, João Alfredo ou a qualquer outro que se dispusesse a deixar o ‘seu’ de plantão. Em 2012 subimos no último jogo, graças à intervenção do Cleberson ao tirar de cabeça a bola debaixo da trave.

Há muitos dias nenhum “coxinha” vem buzinar alto em frente à minha casa. Nenhum deles vem acender bateria de fogos na pracinha ao lado de onde moro. Nenhum deles vem chacotear com a minha cara. Aliás, a grande maioria dos coxinhas que conheço fogem de mim. Sabem que eu sou implacável na hora de cobrar as gozações que fizeram comigo.

Parabéns ao Petraglia e à sua diretoria. Um recado apenas: viram como é fácil livrar-se da oposição? Era sobre isso que eu tentava lhes falar. Sei que estão organizando o Exército da Defesa do CapGigante. Quem sabe um site.

Louvável. Fazem bem em organizar a Rede CapGigante. Será um belo espaço onde os soldados poderão demonstrar suas aptidões ‘bajulísticas’. Será em vão. Já disseram: ‘elogio em boca própria é vitupério’. Só acreditarei nesse veículo se ali colocarem críticos conscientes, se houver espaço para os formadores de opinião que amam o Atlético Paranaense e não se deixam hipnotizar pela cegueira da Hybris.

Assim como gosto de criticar, é preciso elogiar quando necessário. Como já dissera, repito: Parabéns à administração do futebol do Atlético Paranaense. Mas, é preciso muito mais. Não podemos parar. Se focarmos positivamente, se soubermos detectar as nossas falhas, que ainda são muitas, poderemos ser campeões em 2013.

Temos todas as condições para tal. Se não conseguirmos, termos tentado terá sido um grande feito para um time guerreiro como o nosso time atual. Lutar para não cair não é tarefa para quem se diz Gigante.

Contra o Botafogo senti novamente uma força indescritível vinda dos deuses do futebol. Eles estavam lá, todos eles tinham vindo para nos ajudar.



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