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4 set 2013 - 10h45

3 x 2? Não, 3 x 0

O confronto contra o Santos é marcado, inevitavelmente, pela lembrança daquele jogo histórico de 08/09/1968, onde o Atlético superou o alvinegro praiano por 3 x 2.

Dada a proximidade da data – 04/09 – e por ser realizado no mesmo local – a Vila Capanema – a memória é reavivada, trazendo-nos à lembrança aquele jogo lendário.

Felizes aqueles que estiveram ‘in loco’ no grande jogo e puderam ver grandes jogadores, de ambos os lados, num estádio lotado, até hoje o recorde de público do Durival de Britto e Silva. Tempos de ouro do futebol brasileiro. O Santos seria simplesmente o campeão daquele Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968 e, naquele dia, mesmo sem Pelé, alinhava craques como Edu, Carlos Alberto, Pepe, Clodoaldo, entre tantos outros. Do lado atleticano, jogadores rodados em São Paulo como Nílson Borges, Nair, Zé Roberto, Bellini, Djalma Santos ao lado de Nilo, Célio, emprestados do CFC e Madureira, vindo do Ferroviário, formavam um time interessante, sobre o qual havia muitas expectativas.

E quando o jogo já estava 2 x 1 para o Atlético, Madureira protagonizou o gol de placa, passando por dois zagueiros, pelo goleiro, e como diz a música ‘só não entrou com bola e tudo porque teve humildade…’. Ao passar pelo goleiro, desferiu uma bomba de pé direito, com raiva, no ângulo, com o Rildo ainda tentando tirar a bola com as mãos. Um gol que entra para a galeria dos gols mais belos de todos os tempos.

Edu ainda descontaria para o Santos e o placar fecharia em 3 x 2 para o Atlético. Uma estreia de gala em campeonatos nacionais (apesar do Atlético haver disputado a Taça Brasil de 1959, mas essa participação foi apenas um mata-mata no qual foi derrotado pelo Grêmio e não seguiu para a fase final). Na sequência do campeonato de 1968, o Atlético derrotaria grandes times, como o Corínthians, por 4 x 0, mas não teve forças para ficar entre os quatro finalistas. De qualquer forma, uma boa campanha para um estreante.

Passados quase 37 anos, mais precisamente em 01/06/2005, novo confronto, menos romântico e mais nervoso, cheio de tensão e rivalidade. No ano anterior, o Atlético havia deixado escapar um título que estava nas suas mãos para o rival, graças, entre muitas coisas, à influência da imprensa paulista, que em um programa esportivo de fim de noite chegou a telefonar para a casa do presidente do STJD para denunciar o Atlético.

Naquela noite fria de junho, a eletricidade estava no ar, a sede de vingança era imensa e a imprensa paulista já colocava o Santos nas semi-finais do torneio sul-americano. Para acirrar mais os ânimos, o Santos contava com francos desafetos do Atlético que nunca deixaram de manifestar seu menosprezo pelo rubro-negro, como Tcheco e Ricardinho. Este último faria 1 x 0, dando a impressão que seria fácil a missão alvinegra em Curitiba.

Tirando forças sobre-humanas, contando com o apoio incendiário da torcida e com as falhas grotescas do goleiro colombiano Henao, o Atlético viraria o jogo, mas tomaria o empate, antes do fim do primeiro tempo, depois da expulsão do Alan Bahia. Felizmente, Lima desempataria e, após lances dramáticos, com Diego fazendo uma defesa corajosa com os pés e com Robinho perdendo um gol inacreditável, o jogo fecharia em 3 x 2.

Como todos nós sabemos, já que a história é recente, o Santos não desceu do seu pedestal na Vila Belmiro e o Atlético, numa noite inspirada de Aloísio, ganharia a vaga nas semi-finais, para a surpresa de Milton Neves e seu séquito de jornalistas-torcedores.

Em 31/07/2011, pelo campeonato brasileiro, numa chuvosa tarde de domingo, um novo confronto dos rivais. De um lado, o Santos com a badalada dupla Ganso-Neymar e do lado atleticano, um misto de veteranos como Marcinho e Cleber Santana, ao lado de jovens pratas da casa como Manoel e Renan Rocha.

O Atlético abriu 2 x 0 em menos de 15 minutos, Neymar descontou na sequência, Borges empatou no segundo tempo e já no apagar das luzes Marcinho de cabeça fez o 3 x 2 para o time de Renato Gaúcho.

Nesse jogo vi Neymar perder um gol inacreditável, chutando a bola no travessão, bem diante do lugar onde estava. A sensação de terror e de alívio que você experimenta num lance desse não é recomendável para cardíacos.

Assim foi a história desses 3 x 2.

Se teremos um 3 x 2 novamente, não sei, tudo pode acontecer. Não vejo como o Atlético levar 2 gols do Santos, os tempos são outros e a defesa atleticana está muito sólida. Com a Vila lotada e o time lutando pela liderança, aposto num 3 x 0, placar mais condizente com a fase atual dos dois times e que nos traz à memória um outro jogo, em 1999, com Lucas, Kelly, Adriano…mas essa já é outra história.

Bom jogo a todos!



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