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15 set 2013 - 20h57

É possível mais

A gente se desacostuma com a derrota. Daí uma ponta de tristeza com o resultado de sábado. Caímos diante do Cruzeiro, o melhor num campeonato desprovido de brilho e carregado de voluntarismo. Pois é por conta do esforço dos nossos atletas que permanecemos entre os primeiros. Coisa não pouca, por certo. Comparativamente com os clubes ditos “tradicionais”, dos centros que acumulam maior quantidade de títulos, nossos investimentos, patrocínios e afins se colocam num patamar bastante modesto. Para completar, estamos longe de casa, com uma baita saudade da Baixada.

Tudo isso é sabido, não tem o que acrescentar. O negócio, agora, é olhar para frente. E, ao fazer isso, o que se descortina está longe de assustar. Algumas semanas atrás, praticávamos o melhor futebol do País, sem nenhum exagero. O time chegou ao auge nos jogos com Botafogo e Palmeiras. Depois, veio uma queda de rendimento que não chegou a surpreender (e nem a ser tão grande). Bobeamos contra os cariocas Vasco e Fluminense, em jogos em que poderíamos ter acumulado alguns pontos a mais. Paciência.

Se vencêssemos a Raposa, nos colocaríamos, desde já, na disputa pelo título. Como perdemos, as pretensões imediatas voltaram a ser menos arrojadas. Precisamos somar pontos. E somar pontos deve ser a obsessão de todos no clube. Que as línguas, canetas e teclados dos “especialistas” que circulam por aí reduzam nossos feitos. Que eles insistam na nossa suposta pequenez, que nos tratem como intrusos no clube da elite falida e arrogante dos grandes. Não importa. Seria ingênuo imaginar que, num passe de mágica, com base apenas num punhado de partidas memoráveis, conseguiríamos eliminar a ignorância que se espalha pelos meios de comunicação. Eles enxergam cifras, números, dinheiro. Nós, clube maior de uma cidade fria do Sul, estamos na periferia do tal sistema.

Da minha parte, não me preocupo com isso. Quero, apenas, que o Mancini e o Moraci, comandantes dos meninos, mantenham os pés no chão, a vontade de seguir adiante, a correria em campo, a confusão nas cabeças dos nossos adversários. Assim, de ponto em ponto, sem o exibicionismo dos pavões e sem o lero-lero dos pretensiosos, poderemos reincorporar ao cotidiano que nos cerca o orgulho e a tradição das nossas cores.

Não duvidem: daqui para a frente, aqueles que hoje nos superam terão encontros com pequenos ou grandes fracassos. Como ninguém está livre desse risco, até mesmo um pessimista incorrigível, como eu, não descarta a hipótese de ganharmos os dois campeonatos que disputamos no momento. Evidentemente, isso não é fácil nem depende só de um desejo coletivo. É preciso muito mais. Em termos objetivos, porém, a estrutura colocada à disposição dos nossos jogadores permite sonhos mais altos. Ou não?

Vamos ver o que nos reservam os próximos dias.



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