Emulação
Espírito de emulação é a ‘rivalidade que leva alguém a, abusando de seu direito, recorrer ao judiciário, com o só fim de satisfazer sentimentos inferiores e infligir vexames a outrem’ (Aurélio).
Tal estado de espírito, fora de dúvida, animou a ilustre procuradora promover a Ação Civil Pública que suspendeu as obras na Arena.
O transtorno de agora, como todos os imbróglios anteriores (TC, em especial), e os que certamente ainda serão urdidos até conclusão da Obra, já eram esperados.
Eleito o cidadão de iniciais MCP para a presidência do Clube, já se sabia de antemão que com ele viria toda sorte de mazelas, intrigas, inimizades, perfídias, rancores… Que velhas rixas com o velho Richa aflorariam com o novo Richa, que a belegerância e a discórdia pautariam o noticiário do Clube.
Sabiam todos, pois ignorar não tinha com. Sob o timbre ‘RAZÃO DA DISCÓRDIA’ já tive oportunidade de a todos prevenir aqui, neste espaço, no distante 13/03/2007.
Nos dias e semanas que antecederam a eleição tornei advertir em textos vários a temeridade de elegê-lo. Eu. e muitos outros, inclusive cronistas.
Agora, o mal está feito e não vejo como remediá-lo.
Os que ainda teimam em defendê-lo já pararam para imaginar o preço que a malfadada aventura está nos custando?
Assim, de relance, façamos uma estimativa.
01- Nos custou um rebaixamento para a Série B, maquiavelicamente nas coxias orquestrado por MCP. Prejuízo financeiro com a desvalorização dos atletas e, sobretudo, prejuízo moral.
02- Prejuízo com a dispendiosa disputa da Série B em 2.012.
03- Prejuízo com a falta de estádio para jogar durante dois anos e meio. Quanto, aí, se deixou de arrecadar?
04- Prejuízo financeiro com a peregrinação para o mando dos jogos: Ponta Grossa, Paranaguá, Joinville, Janguitão, Érton Coelho, até fixar-se no Durival de Brito. Quanto se gastou e está se gastando em aluguel?
05- Prejuízo com o número de sócios que, de 24.000 recuou para 6.000. Agora, alardeia-se recuperação desse quadro de sócios mas fácil perceber que não passa de 10.000.
06- Prejuízo com a imagem do Clube divulgado aos quatro cantos como ‘gigolô do dinheiro público’ que, muito embora não passe de uma maledicência, como sabemos, no entanto tomou conta da opinião pública e de nada adianta refutar e argumentar em contrário.
07- Prejuízo técnico do time (inclusive, das categorias de base, disputando torneios nacional televisionados para todo o país, nos buracos e touceiras daquele campo em Santa Felicidade – com a indignação dos narradores dos jogos).
08- E por aí vai …
09- Prejuízos estes, que se estenderão por mais nove meses.
E as dívidas do porvir? inestimáveis.
E tudo isso para que? Que benefício terá o Clube com o advento da Copa em Curitiba?
Em que essa nova Arena nos será mais útil do que a simples e mera conclusão da Obra no estágio em que estava?
Respondo. Acomodará umas mil e quinhentas pessoa a mais – e nada mais.
Lembrando que finda a Copa será necessária obras de adequação do Estádio para a realidade dos nossos campeonatos.
E pensar que tudo estava tão fácil. Bastava concluir a parte superior da Brasílio Itiberê com os 30 milhões que dispunha em Banco, sem necessidade de jogar uma só partida fora da Baixada.
Novas cadeiras, teto retrátil… tudo a seu tempo, sem atropelos, sem endividamento, sem sair da Baixada para jogar.
Porém, priorizada a ação entre familiares. Uma insolvência civil iminente foi evitada. E o interesse primordial do Atlético?
E, para complementar, a tal empresa dos EUA (AGS, AGF, coisa assim) há mais de ano faturando 45 mil dólares mensais. E a contraprestação?