6 out 2013 - 20h04

Mancini: "Luta jamais vai faltar nessa equipe"

Após a vitória no clássico Atletiba, o técnico Vagner Mancini concedeu entrevista à Rádio CAP e comentou sobre a atuação do Rubro-Negro, que alcançou a 3ª posição na tabela e, de quebra, afundou o rival que agora briga para escapar do rebaixamento.

Analisando o desempenho do Furacão no jogo, Mancini ressaltou a importância de um resultado positivo após duas derrotas e comemorou a conquista dos três pontos:

"Uma vitória muito importante, porque faz com que a gente suba na tabela de classificação. Era muito importante que o Atlético voltasse a vencer, não só porque enfrentava o seu maior rival, mas porque também vinha de duas derrotas e era necessário que o grupo de jogadores desse a resposta que deu em campo, num jogo tenso como normalmente é um Atletiba, mas o Atlético acabou fazendo aquilo que estava determinado em termos táticos, foi uma equipe até que errou muito, errou muitos passes, o que normalmente não acontece. Em termos de qualidade de gramado também foi acentuado por causa disso, mas acho que no definir, aí, o mais importante foi que nós fizemos três pontos", disse.

Questionado sobre qual foi o diferencial no clássico, o treinador atleticano ressaltou o poder de decisão do maestro Paulo Baier e a entrega dos jogadores:

"O Paulo Baier, com a sua habilidade, com a sua técnica, e a vontade e a entrega dos jogadores, que em momento algum, nem quando perdiam por 1 a 0, deixaram de lutar, brigar. Foi um jogo muito mais aguerrido do que plástico, né? Mas acho que valeu", destacou.

Mancini se esquivou de comentar a questão da renovação do contrato de Paulo Baier, que com quase 39 anos saiu de campo dizendo que a diretoria optou por não mantê-lo na equipe na próxima temporada:

"Olha, essa é uma questão administrativa. Eu cuido do campo, dos atletas, cuido da equipe, escalo a equipe, os atletas que vão jogar. Esse tipo de particularidade não me pertence, eu não vou comentar. E sobre ele, ele é um atleta muito identificado no clube, é um atleta que fez a diferença hoje, que fez em outros jogos também, né? Um cara que chamou a responsabilidade, que fez com que o time jogasse não só com a bola, mas sem a bola também. Diversas vezes eu o vi posicionando os atletas e fazendo com que a nossa marcação ficasse mais encaixada. Então é um cara que está acostumado a esse tipo de jogo, gosta desses clássicos, né? E na maioria das vezes se sai bem", analisou.

Analisando a vitória sobre o Coritiba para animar a equipe nessa etapa final de Brasileirão, o treinador ressaltou o resgate do orgulho do torcedor como fator preponderante em busca da vaga na Libertadores:

"Eu dizia esta semana que talvez esse jogo fosse a alvanca necessária para que a nossa equipe subisse mais na classificação e pudesse realmente se sentir no G4, né? É importante quando você vence o maior rival e quando, vindo de duas derrotas, você consegue reverter uma situação que, embora pequena de duas derrotas, já nos incomodava, porque o Atlético vinha de sequências de vitórias, somando pontos em todas as rodadas, então era muito importante que isso aconteceu. Acho que essa vitória dá para a nossa equipe a somatória importante de 3 pontos e a fixação ainda mais no G4, mas também dá ao torcedor o orgulho de sair nas ruas amanhã, de vestir a camisa do clube. Viu uma equipe que não jogou um grande futebol, mas que foi aguerrida do começo ao fim do jogo, foi guerreira, lutou bastante e acho que isso também vale muito", afirmou.

Mancini também falou sobre a preparação do time para o clássico e a forma como procurou organizar a equipe:

"Eu pedi muito aos atletas que não usassem somente a força física no jogo, porque muita gente acha que clássico tem que ser decidido dessa forma, e eu dizia a eles que a inteligência, em determinados momentos, talvez nos daria a vitória. E deu. O Paulo acabou sendo muito inteligente, ele tinha a opção até de bater a falta diferente, com algumas outras jogadas ensaiadas, acreditou nele. E eu acho que o Atlético, desde que perdeu do Grêmio até hoje, nós tivemos muito mais diálogo do que treino, né? Nós conversamos bastante e ali a gente tentou acertar aquilo que foi visto de errado, aquilo que nós montaríamos de estratégia para o jogo diante do Coxa e hoje a gente sai feliz por ter ganho, por ter visto uma equipe que em momento algum se entregou, mesmo após o pênalti – que na minha visão, ali, eu quero chegar em casa, com calma, olhar o pênalti, mas eu acho que foi um lance duvidoso – mas, enfim, acho que o que vale mesmo é que a gente está indo pra casa agora, junto com os nossos torcedores, felizes por mais uma vitória", falou.

Ao ser questionado quanto à sensação de conduzir o Atlético da zona do rebaixamento à área de classificação para a Libertadores, tendo assumindo o time justamente após um Atletiba que o Furacão acabou perdendo, Mancini se disse feliz:

"Em 19 jogos aqui no Atlético eu tenho a sensação de que já estou a 19 meses, tal foi o carinho com que me receberam, não só os atletas, mas também a direção, aquelas pessoas que fazem o dia-a-dia do Atlético, a torcida. Então eu me sinto hoje muito bem, feliz por fazer parte desta família, e feliz também por ver um exército em campo, que não mede esforços para lutar, para ir em busca da posse de bola, para chutar a gol. Hoje a gente acabou vendo uma equipe que brigou muito mais do que jogou futebol, mas que tem sido a cara do Atlético, uma equipe que jamais se entrega. A sensação de, em 19 jogos, ter feito um número de pontos expressivo me deixa também feliz e sabendo que daqui até o final do campeonato, agora, vai ser uma luta diária, em cada jogo a gente vai ter que somar ponto para que esse sonho, ele siga vivo, e sair de 19º e chegar no G4 foi uma sensação maravilhosa que eu tenho certeza que todos dentro do Atlético sabem o peso que tem e vão valorizar isso muito. Então o torcedor pode ficar tranquilo porque luta jamais vai faltar nessa equipe", comemorou.

O técnico atleticano também analisou as dificuldades das próximas partidas e o fato de que, a partir de agora, comandará o Rubro-Negro contra times que já enfrentou:

"É, exatamente. Até então eu tinha apenas um, né? Nesta semana eu tinha apenas um que eu ainda não havia enfrentado, que era exatamente o clássico. O Corinthians empatou hoje, lá em Minas Gerais, um jogo difícil onde é sempre, a dificuldade é sempre muito grande, jogar lá diante do Atlético (MG), então é uma equipe que vem de uma vitória frente ao Bahia, um empate fora de casa, está se acertando novamente. Vai ser um jogo em Mogi-Mirim, onde eu já estive várias vezes, num campo grande, amplo, onde dá pra você botar bastante velocidade no jogo. E eu, sinceramente, acho que a nossa sequência de jogos, em função dessa vitória de hoje, também vai nos dar a chance de pontuar e de se manter ali em cima que é o nosso objetivo", ponderou.

Por fim, o técnico analisou a atuação de Maranhão, que atuou improvisado no lugar de Pedro Botelho, na lateral-esquerda:

"O Maranhão foi muito bem, né? Improvisado num setor onde não é natural, mas ele tentou e se esforçou ao máximo pra que, dedicando essa sua entrega, a nossa equipe não sentisse tanto. No começo do jogo, obviamente que teve um pouco mais de dificuldade, aos poucos foi se soltando na equipe. Saiu em função de uma lesão de cotovelo, mas é mais um atleta daqueles 18, 19 que nós temos que podem ir atrás e dar conta do recado", finalizou.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…