Mas por favor, vítima não!
É dito popular Toda história tem dois lados. Para os mais sábios, tem três.
A versão do interlocutor, a sua e a verdade.
A declaração de Paulo Baier após a partida de que “deve ser” seu último ano no clube, imputando de forma um tanto quanto emocional à Diretoria do Atlético tal decisão, causou comoções diversas e foi notícia nacional nas diversas mídias onde todos são instigados a apenar os “Cartolas” e um Clube a prisão perpétua, ou algo similar. Esta é uma versão.
A outra poderia ser um pouco mais raciocinada em termos de que, feita no calor de um clássico vencido pelo Atlético, com a melhor (ou seria a única) apresentação do jogador em Atletibas, sendo inclusive decisivo, talvez esteja mostrando ao grupo de jogadores, alguns jovens outros de formação educacional deficitária – o que não lhes possibilita a consciência crítica – e ainda aqueles em via de reformar o contrato que… “não vale nada o que a gente faz para este time”, sem dúvida alguma cria ambiente desfavorável em um momento tão singular para toda nação rubro-negra. E mais, municiou a imprensa verde do que seria uma injustiça e falta de consideração para com um ídolo do torcedor. Não era a hora, não é a hora.
E a versão verdadeira é que este fato se repete ano após ano no futebol. O jogador ou técnico que muitas vezes preteriu uma equipe por moedas a mais pagas pelas outras agremiações, causando desprestigio para com o Clube Esportivo e desrespeito para com os torcedores, após estar ou voltar à equipe, quando já não tem mais “mercado”, posa de vítima, oportunizando as ainda mais funestas consequências ao mesmo.
Para não ir longe, na recente história do Atlético, Geninho e Alex Mineiro ídolos incontestáveis, inapagáveis de nossa memória foram as “vítimas de plantão”, esquecendo que em tempos outros nos abandonaram literalmente, da noite para o dia, e ao voltarem foram recebidos de braços abertos, além, é claro, de um belo contrato.
Na sequência, certo ou errado, nossa a Diretoria eleita democraticamente pelo torcedor e, portanto, representantes diretivos legítimos, acharam por bem desvinculá-los do Clube à época. Por quê? Foi um enternecimento sem precedentes, só que ninguém lembrou de acompanhar suas carreiras que não mais decolaram, fruto da lógica vivencial e não de suposta incompetência. Era a hora, é a hora de parar, e não aos custos da Instituição que lhes deu absolutamente tudo na vida, da fama ao dinheiro.
Enfim Paulo Baier, que nas diversas vezes em que foi sondado nunca teve interesse em jogar por estas bandas, além de que, convenhamos, sua passagem por aqui dificilmente deixará lembranças como Geninho e Alex Mineiro.
A torcida e o CAP foi tão importantes para vocês quanto vocês foram importantes para nós. É uma via de duas mãos
.
Craque, ídolo e querido por todos, de minha parte gostaria que renovasse seu contrato e encerrasse sua carreira em 2014. Precisamos de ídolos, eles nos fazem bem, fazem bem para a educação de nossos filhos, nos alegram… e o que é a vida sem felicidade?
Mas por favor, vítima não.