Análise do jogo: 1º tempo muito bom, 2º nem tanto
A primeira partida da semifinal entre o Atlético e o Grêmio ontem foi um jogo típico de primeira mão de torneio eliminatório. As duas equipes terminaram o jogo atacando, mas com receio de atacar muito. Porém, o Furacão só foi tomar esse tipo de postura no segundo tempo. Para a primeira etapa, Vagner Mancini fez com que os seus comandados atacassem, dominassem e ditassem o ritmo do jogo.
Para que todos estes aspectos ofensivos aparecessem, o Atlético iniciou o jogo no 4-3-1-2 e com uma surpresa na escalação: Zezinho no lugar de João Paulo. Já Renato Gaúcho iniciou a partida no já provável 3-5-2.
Atlético no 4-3-1-2 e Grêmio no 3-5-2 [arte: Caio Gondo]
Com Zezinho recuando entre Manoel e Luiz Alberto conforme a necessidade defensiva, e o time jogando com intensidade, realizando rápida transição defensiva e, principalmente, marcando pressão desde o seu campo ofensivo, o Furacão dominou todo o primeiro tempo. Tanto que, na primeira etapa, o Grêmio só conseguiu finalizar duas vezes e foram para fora do gol de Weverton. Já o Atlético arrematou 6 vezes, sendo 4 foram na meta de Dida e uma delas foi o gol de Dellatorre.
Para furar a retranca gremista precisou atacar pelos dois lados do campo. Pela direita, que é uma das características desse time, Léo foi o mais acionado. Pois foi o lateral direita o jogador atleticano que mais realizou passes certos (34), desarmou (5), driblou (2) e o terceiro que mais recebeu faltas (3). Já o lado esquerdo dependeu das movimentações nos espaços vazios de Éverton. O camisa 22 rubro-negro conseguiu achar espaços nos primeiros 15 minutos de jogo, mas depois desse período, Pará, Ramiro e Werley neutralizaram o meio campista atleticano.
Para mostrar que o Atlético atacou pelos dois lados do campo, o Heatmap do Furacão retirado do Footstats demonstra a grande fluência do time pela direita e a pequena pela esquerda.
O campo tem como referência o Atlético atacando da esquerda para a direita [arte: Caio Gondo]
Com os comandados de Vagner Mancini ditando o ritmo do primeiro tempo, Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, mudou a postura de sua equipe no intervalo. Para o segundo tempo, o Grêmio entrou em campo com intenção de segurar a bola em campo ofensivo e, assim, diminuir o ritmo rubro-negro e equilibrar a posse da bola. O time gremista conseguiu fazer o que queria, mas, também, foi devido ao modo que os jogadores do Atlético foram para a segunda etapa do jogo.
O Atlético voltou jogando da maneira que o consagrou na arrancada deste Campeonato Brasileiro: rápida transição defensiva, tendência de atacar pela direita, compactação entre as duas intermediárias, maior intensidade de marcação em seus volantes e zagueiros, baixa posse de bola e o time realizando muitos cruzamentos e lançamentos com intenção de realizar um veloz contra-ataque. Já que foi o Furacão que realizou 59 lançamentos (17 certos e 42 errados) e 14 cruzamentos (1 certo e 13 errados), enquanto que o Grêmio fez 77 lançamentos (28 certos e 49 errados) e 9 cruzamentos (3 certos e 6 errados).
As entradas dos meias Elano e Paulinho, nos lugares dos atacantes Yuri Mamute e Lucas Coelho, no Grêmio, foram com a intenção de segurar a bola no campo de ataque e o time gaúcho ficar mais com a posse de bola. Tendo em vista que, até o fim do primeiro tempo, o Atlético foi quem mais ficou com a bola e, no fim da partida, o time gaúcho terminou com 44% de posse de bola, pode-se considerar que o Grêmio conseguiu segurar o ímpeto rubro-negro na segunda etapa.
Já as entradas de Ciro, João Paulo e Fran Mérida nos lugares de Dellatorre, Zezinho e Paulo Baier foram com intenções de ter mais velocidade no ataque e se defender melhor. Pois o Grêmio, no segundo tempo, atacou mais e finalizou 6 vezes (quatro vezes mais do que no primeiro tempo).
Distribuição dos times após as substituições serem realizadas[arte: Caio Gondo]