O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
13 nov 2013 - 10h40

Pé vermelho (e preto)

Calor cabuloso ontem na cidade canção. Trajado daquela que só se veste por amor, resolvi me hidratar na primeira budega maneira que meu par de olhos enxergaram.

Por motivos que não valem a pena serem comentados agora, a imensa maioria da rapaziada vestia o uniforme tricolor no ambiente. Fazer o que?

Se os caras teimam em renegar sua origem fodástica paranaense não vou ser eu a dar lições de história e de bom comportamento, não é mesmo? Cansei de bater nessa mesma tecla por aqui.

Acostumado com essa incongruência descarada e sem vergonha, cumprimentei a rapazeada, que apesar de São Paulina, é gente fina pra caramba.

A pelota rolou e o chopp gelado descia com a mesma naturalidade que o Atlético chinelava impiedosamente o recém ajustado time São Paulino.

Os caras não ganham da gente no Paraná nem quando estamos no fundo do poço, quem dirá agora que a seleção Furacônica desfila qualidade e bom futebol, punindo intensa e democraticamente todo e qualquer desavisado que pise no Durival Britto.

Meus pés vermelhos calçavam as humildes e surradas chinelas, posto que, como disse, a lua tava braba. Cof Cof. Pés vermelhos não. Pés vermelho e preto (e o preto não vem da sujeira, tá ligado?)

Bem, enquanto a santa cevada era digerida com rigor e piacere num desses botecos maneiros que Maringá insiste em ornamentar, o Trétis cumpria sua rotina avassaladora e surrava os bambis com a naturalidade de quem de quem escova os dentes depois do almoço.

E justiça seja feita, não é que o time tricolor tenha jogado mal ou seja desprovido de bons jogadores não. O lance é que o nosso treineiro, respaldado pelo elenco comprometido e sabedor da sua imensa capacidade, gosta de esculachar taticamente o amontoado de perebas que insiste em colar na linda Curitiba pra disputar esses jogos de bola. Foda.

Os caras não respeitam ninguém mesmo.
Baita orgulho do Maringaense Marcelo Cirino. Com aquelas pernas cumpridas o cara passa pelos marcadores como se os beques fossem cones de treino. Chega a ser sacanagem. Servido por Edershow, o cara dominou no peito e fuzilou a redonda na maior cara de pau para o gol do antológico e narigudo goleiro tricolor.

O povão rubro-negro cantava à plenos pulmões na Vila Capanema, e eu, por aqui, distribuía sorrisos irônicos enquanto entornava uma loira suada goela abaixo, garboso de trajaro manto Atleticano.

Aí vem o Luiz alberto e bota aquela careca carioca marota na redonda após cruzamento açucarado do velhinho. É claro que é gol. Comemoração na capital e um arroto aqui. Tô ligado que não é educado arrotar no bar, mas esse veio sem querer. Mi scusi.

O baixinho Everton infernizava, o Veío Baier passava pelos marcadores como um monarca passa pelos plebeus, Léo avançava (ou voava?) pela direita, Bruno Silva, Manoel e Luiz Alberto desarmavam os caras com a mesma facilidade e eficiência que um menino mais velho rouba o lanche do menor no intervalo da aula. João Paulo dominava a meiuca com propriedade e garra. Quando exigido, Weverton foi firme, como há muito tem sido. Delatorre entrou e ainda teve tempo de dar um esculachante passe para um arremate que quase, na sobra, culminou em gol.

Tava bonito de ver, mas ao contrário do que os desavisados, em sua eterna insapiência possam alegar, não fizemos nada incomum, apenas mantivemos uma escrita tridecenal de colocar a rapazeada São Paulina de castigo e chinelá-los com a similar determinação de um pai que dá umas palmadas no seu filho travesso que jogou ovo podre no muro do vizinho.

E digo mais, só não metemos quatro por que nosso bom senso nos advertiu sobre um possível e indesejável arrebatamento advindo do lado de lá. Aí a prudência falou mais alto. Deixamos quieto e cozinhamos o time do ótimo técnico Muricy Ramalho.

Em que pese a brincadeira, da qual me permito, não ganhamos com propriedade de qualquer time. Os caras tão jogando um futebol maneiro, e não à toa estão na semi-final da Sulamericana.

É claro que no embate que se avizinha entre São Paulo Ponte Preta, meu lado babuíno vai gritar sem pudor, não tenha dúvida.

Porém , tem um lado desse lance todo que me faz pensar. Se os Tricolores levarem esse caneco da Sulamericana, talvez tenhamos a oportunidade de doutrinarmos os caras na Libertadores.

Não haverá pra onde fugir dessa vez. Afinal, depois daquela cretinice cartolesca de 2005, a Vara Rubro-Negra Paranaense tem mais é que se prestar a fazer Justiça. Aquela que tarda não mais falha.

Pior pra eles. Vamo que vamo.

Saudações pé vermelho e pretas pra Nação!!



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…