18 nov 2013 - 8h40

O palco da final

O torcedor atleticano sente saudades da Arena, e como sente. Mas em 2013 conviveu com um estádio que deu muita sorte ao time. Acanhada, a Vila Capanema sofreu rejeição no início, mas depois passou a ser bem recebida pelos rubro-negros. O Atlético já encerrou o expediente no estádio do Paraná Clube pelo Campeonato Brasileiro de 2013, com 11 vitórias e três empates. A única derrota na competição foi no emocionante jogo contra o Vitória, quando o clube chegou a alcançar um placar negativo de 3 a 0, mas depois acabou sofrendo um revés. O desempenho é de 80% no Durival Britto e Silva. Vale lembrar que o Atlético empatou contra o Cruzeiro na Vila Olímpica e contra o Flamengo na Arena Joinville, estádio que ainda receberá os duelos contra Náutico e Vasco.

Pela Copa do Brasil, o Atlético venceu o Paysandu por 2 a 1, após um 0 a 0 em Belém, depois reverteu a derrota de 1 a 0 pro Palmeiras, aplicando 3 a 0 em Curitiba, empatou em 0 a 0 com o Internacional após empatar por 1 a 1 em Novo Hamburgo, onde o gol fora o classificou para enfrentar o Grêmio, e mais uma vez a Vila Capanema credenciou o Atlético a passar de fase. Nela, o Furacão venceu o tricolor gaúcho e depois segurou o resultado em Porto Alegre. Na primeira fase, o Furacão venceu o Brasil, em Pelotas, por 1 a 0 e depois aplicou 2 a 0 em Curitiba, mas no Janguito Malucelli, e contra o América-RN, o placar de 6 a 2 fez com que o Furacão não precisasse do jogo da volta.

Mas antes mesmo de receber os jogos do Furacão e de pertencer ao Paraná Clube, o estádio pertenceu ao Ferroviário e, posteriormente, ao Colorado, clube que após a fusão com o Pinheiros, fundou o Paraná Clube. Assim como a Arena da Baixada será, a Vila Capanema já foi sede de uma Copa do Mundo, quando em 1950 recebeu dois jogos do Mundial vencido pelo Uruguai no famoso ”Maracanazzo”. A Espanha derrotou a seleção dos Estados Unidos por 3 a 1 e o Paraguai foi buscar um empate após sair perdendo por 2 a 0 da seleção sueca.

O apelido carinhoso do estádio é devido à antiga nomenclatura do bairro em que ele está situado, o que hoje nós conhecemos por Jardim Botânico, antigamente era chamado de ”Capanema”. E o nome do Estádio é uma homenagem ao então superintendente da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina na época da construção do estádio.

Em 1947, ano da inauguração do estádio, ele era o terceiro maior do país, atrás apenas de São Januário, no Rio de Janeiro, e do estádio do Pacaembu, em São Paulo. Na partida inaugural, o então dono do estádio, o Ferroviário, recebeu o carioca Fluminense em um amistoso e foi derrotado por 5 a 1.

A primeira grande final que o estádio recebeu foi a final do Campeonato Paranaense de 1950, quando o Ferroviário sagrou-se campeão em cima do Coritiba. Em 53, mais uma grande conquista na Vila, quando o Ferroviário foi ”Campeão do Centenário". E, em 1965, o Ferroviário foi novamente campeão em cima do Coritiba.

Em 1971, o Ferroviário fundiu-se a outros dois clubes e fundou o Colorado, que passou a ser dono da Vila. O jogo mais emblemático foi a final do Paranaense de 1980, quando o Cascavel poderia perder por até 3 a 0, e, quando o jogo estava 2 a 0 para o time da capital, o adversário começou a se jogar no chão. O jogo foi paralisado e as duas equipes consideradas campeãs.

Em 89, nasceu o atual dono do Estádio, o Paraná Clube. E, em 1993, após muitos anos, o estádio foi novamente palco de mais um título, quando o Paraná bateu o Matsubara. Em 2003, o Paraná se viu obrigado a mandar os seus jogos no Pinheirão, porque o Estatuto do Torcedor exigia uma capacidade mínima que o Durival Britto e Silva não comportará mais.

Em 2006, a Vila foi reinaugurada com uma capacidade de 20.083 torcedores. E foi reinaugurada com vitória do Paraná Clube sobre o Fortaleza. Na Libertadores de 2007, o Paraná venceu o Real Potosí e o Union Maracaibo em casa, e perdeu para o Flamengo. Avançou às oitavas e perdeu em casa para o Libertad, o empate no Paraguai tirou o time paranaense da competição.

Se o Atlético for à Libertadores de 2014, provavelmente inicie a competição na Vila Capanema, pois além de ter contrato de aluguel do estádio até a metade do ano, a indefinição nas obras da Arena deixam uma incógnita. O certo é que o time atleticano aprendeu a jogar no Durival Britto e Silva, e o torcedor aprendeu a fazer dele um caldeirão. O Flamengo não pode esperar vida fácil no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.



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