Nos legou o sangue forte
Depois da queda em 2011 nosso retorno à elite no ano passado foi um tanto difícil. O péssimo desempenho no início daquela série B colocou em cheque a obrigação que tínhamos de subir, dentro de uma competição com baixíssimo nível técnico. Mas subimos, é bem verdade, ‘no pau da viola’, porém. O ano de 2013 começou, novamente longe da Baixada, com o vice campeonato paranaense. Derrotados pelo maior rival pela quarta vez consecutiva, o que se sucedeu na largada irregular no campeonato brasileiro, fatos que encheram os torcedores de dúvidas e, depois de mais uma derrota para o rival, que então era o líder do nacional e nos colocou na penúltima posição, fez com que a angústia tomasse conta. O panorama que tínhamos naquele momento era a briga – mais uma delas – para não cair. Quem diria que, meses depois, estivéssemos nos preparando para uma decisão de Copa do Brasil, que começa nesta quarta-feira. Muitos de nós torcemos a língua – que o diga nossos rivais – e hoje afirmamos que nunca foi tão válido ‘sacrificar’ – melhor colocar em aspas, afinal relevamos muitos guris bons de bola – o falido campeonato estadual. Para mim, este foi o ponto chave de toda a ascensão rubro-negra, de toda a volta por cima, de todo o êxito com que sustentamos nosso lugar no G-4 do Brasileirão e conquistamos uma vaga na finalíssima da Copa do Brasil.
Não devemos negar que nosso time não tem nenhuma grande estrela, tem sim um capitão à sua altura, que comanda o time dentro e fora de campo, tem sim uma defesa que impõe respeito, com um baita goleiro e verdadeiros cherifões na zaga, tem também uma meia cancha que defende e cria com equilíbrio e ainda um ataque criativo e que põe a bola pra dentro. Mas não mais que isso. Além disso, apenas um grande planejamento por trás de um time com um elenco limitado, que, porém, joga no seu limite: no limite da técnica que detém e no limite da raça que concebeu da camisa atleticana.
Agora que chegamos ao final da caminhada, temos que fazer valer todo o esforço, todas as vitórias, cada gol marcado, cada marca alcançada. A vaga na Taça Libertadores da América já foi praticamente certa e, agora, após dois tropeços consecutivos no nacional, não podemos nos assegurar de nada. Podemos, é claro, teorizar como fáceis as rodadas finais do brasileiro e acreditar com todas as forças no título da Copa do Brasil. Eis o que faremos.
Em resumo, remamos muito tempo contra a maré das incertezas e agora estamos no páreo de uma conquista à nível nacional e no páreo para brigar de novo pela América, mesmo diante de todas as dificuldades, tudo porque o Clube Atlético Paranaense nos legou o sangue forte. Por tanto, deixemos de lado a ansiedade, a preocupação com a arbitragem, e confiemos que a consistência defensiva, a criação na meia cancha e o poderio ofensivo deste time que possui um grande técnico à beira do gramado, conciliados com o grito incessante da torcida, nos levem à este título, que coroaria o clube, o time, a nação atleticana.
Assim, aos poucos, vamos recuperando nosso lugar no certame do futebol nacional e no retorno à Arena da Baixada, palco do Mundial de 2014, provavelmente teremos a chance de colocar o nome do Clube Atlético Paranaense novamente no coração da América.
Saudações Rubro-Negras!
‘Vamos lutar por mais esta taça, vamos, Rubro Negro, com garra e com raça!’