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11 dez 2013 - 17h50

O “X” da questão

Uma das coisas que mais me encanta no futebol é ver na torcida o único indício, num mundo tão desigual, de que somos diferentes e iguais, de que estamos juntos por uma emoção, por um ato de fé, de certa forma, ao acreditar em uma equipe que nos encanta com cores e jogadas, paixão pelo esporte e como nos permitimos viver esta alegria somente, sem dar a importância, naquele momento do gol, a tudo que subterraneamente, é negociado, combinado, manipulado… Domingo este encanto acabou. Não somos iguais. Não podemos ser. As cores de uma paixão não podem ser manchadas desta forma. Todo o trabalho brilhante destes jogadores e equipe técnica que nos empolgaram neste ano ofuscado por gangues que nada tem em comum com a grande maioria da nação de torcedores de todo Brasil, cada um com suas cores, bandeiras e camisas.

Para que? Que sentido isso tudo faz? O que tem nos impedido de conviver com o próximo respeitando nossas escolhas diferentes? Porque temos que construir muros cada vez mais altos para nos manter longe uns dos outros? Como permitimos passar para os mais novos valores tão baixos e violentos?

Como psicoterapeuta sempre encorajei os pais a levarem seus filhos aos estádios, pois acreditei sempre no futebol como uma forma de transmissão de tradição e identidade. Agora sou eu que não me sinto encorajada. O sentimento é de total desolação.

Espero que o presidente seja realmente enérgico como sempre é, muitas vezes até sem necessidade, é verdade, mas que seja totalmente intolerante com os responsáveis por esta barbárie para que valores importantes sejam resgatados e preservados.

Não somos iguais, não podemos ser. Enquanto não há responsabilidade e respeito, não podemos conviver. Que os muros não sejam erguidos dentro dos estádios, mas sim em torno deles mantendo fora os que não compreendem o respeito e as diferenças, para que dentro possamos viver nossas emoções em paz.



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