De quem é a culpa?
Estou abismado com o que a mídia carioca e a paulista está fazendo, em relação ao Atlético. Concordo que o clube tem culpa, ao não exigir que a PM estivesse dentro do estádio o que também era obrigação do árbitro da partida.
Mas o que assisti e ouvi na ESPN e na Fox Sports foi um festival de desinformação propositada, tentando culpar o CAP de tudo (como se a briga terrível, deplorável e triste de domingo tivesse sido a maior barbárie da história. Só para constar, neste ano, 30 brasileiros morreram em estádios brasileiros. No ano passado foram 27. Mas isso nunca foi notícia (até ontem).
Querem porque quererem que o Vasco ganhe os pontos, para rebaixar o Criciúma, como se o Vasco não tivesse concordado em continuar a partida e levado um 5×1 nas costas. E empatado o jogo, logo após as brigas.
Querem 20 jogos de punição para o Atlético e 10 para o Vasco. Querem tirar o Atlético da Libertadores. Querem o diabo a quatro.
E, cá entre nós, quem é o grande culpado das brigas em Joinville?
Pra mim é o promotor do Ministério Público, que apareceu de gravatinha borboleta no Jornal Nacional da Globo, se justificando e reafirmando que ele acredita que jogo de futebol não precisa de polícia. Deve ser espectador frequente do Bolshoi.
A falta da Polícia Militar dentro do estádio foi o motivo, a causa maior, do clima de tudo-pode que culminou naquela pancadaria graças a Deus sem mortos.
Quem demite um promotor do Ministério Público? Ou quem o pune?
Os dois clubes serão multados, perderão mandos de jogo, e os baderneiros continuarão soltos, como sempre. Dos 20 clubes do Brasileirão, 17 tiveram brigas entre torcedores e punições do STJE.
Agora, depois de mil porteiras arrombadas, Dona Dilma quer que a Polícia Militar esteja nos estádios (como aliás está no Estatuto do Torcedor), com delegacia e juizado rápido nos estádios.
Mas, e o promotor da gravata borboleta? Nada acontecerá com ele?
Ele, com sua opinião equivocada, é o grande responsável pela falta de segurança na Arena Joinville. A PM catarinense, ontem, informou que só em Joinville o Ministério Público impediu a PM no estádio, com a alegação de que se tratam de eventos privados (como se não houvesse público e riscos de conflitos).
O Atlético contratou 90 seguranças, sem cacetete, sem gás pimenta, sem bombas de efeito moral, sem balas de borras e se cães adestrados para impedir tumultos, como o ocorrido. Só a PM dispõe destes recursos. Não consegui perceber os 90 seguranças em ação, pela TV, mas 40 PMs acabaram com a bagunça, em minutos.
Houvesse policiamento adequado, como há em todos os estádios brasileiros, inclusive em Santa Catarina (exceto Joinville), não haveria aquela briga, nem a repercussão mundial amplificada dos fatos, que é prejudicial ao Brasil, à Copa no Brasil, ao Atlético, ao Vasco, a Joinville e a Santa Catarina.
Pena. Faltou coragem de peitar o promotor e não realizar o jogo, sem a garantia da segurança pela Polícia Militar de Santa Catarina dentro do estádio, separando as torcidas e acabando com qualquer chance de conflito.
E quem perde mais, com isso tudo? Os torcedores do bem, que amam seus times e que ficarão meses sem poder ir ao estádio. Muitos já nem vão mais com as suas famílias.
Culpa de uma minoria a ser extirpada, detida e presa, exemplarmente. Não tem santo, entre todos aqueles que avançaram, uns contra os outros, numa luta corporal imbecil.
Mas quem tem coragem de acabar com as torcidas organizadas, se elas ganham eleições nos clubes? Só por decreto federal e com ação efetiva da polícia. Ou vamos continuar chorando por fatos consumados por estes bárbaros, que não são torcedores, são cães de briga.
E quem vai punir o promotor?
Ele está acima da Lei?