Petraglia, a tropa de choque e o Rei Midas
Paulo Baier, eleito um dos craques do Campeonato Brasileiro, foi escorraçado do Atlético como um traste velho que se joga no lixo.
Everton, um dos melhores jogadores do nosso time, já foi embora para o Flamengo, time que, segundo a nossa diretoria, está ‘assediando’ também o lateral Léo.
Como a maior surpresa do ano, leio a notícia de que o contrato com o técnico Mancini, aquele mesmo que nos tirou da zona do rebaixamento e nos colocou na próxima Libertadores e no vice campeonato da Copa do Brasil, não será renovado!
Marcelo, o craque revelação do campeonato, Éderson, Manoel, também certamente sairão, não dá para se duvidar disso.
Nas enquetes que se vê por aí, mais de 90% dos torcedores atleticanos queriam a permanência de Baier e Mancini, mas isso não importa, afinal torcedor é feito apenas para torcer. Torcer calado, andando de lado e olhando pro chão. As decisões do grande Imperador não são para ser discutidas e sim cumpridas. Cumpridas e aplaudidas por uma pequena, cega e furiosa tropa de choque.
O nosso Presidente, tal qual o Rei Midas, não vê nenhum problema nisso tudo; afinal, é só tocar com suas mãos milagrosas em cabeças de bagre do interiorzão do Brasil, para transformá-los em ouro, como já aconteceu várias vezes antes. Quer um técnico campeão? Fácil, é só contratar um treinador medíocre e transformá-lo em um vencedor, como foram Geninho e Mancini (é verdade que, às vezes, aparece um Drubscky da vida, que nem mágica dá jeito).
Estamos às portas da Libertadores, com um importante jogo já em janeiro, que nem nos permitirá uma grande pré-temporada. Sem técnico, sem meio campo e, sobretudo, sem uma liderança em campo. Aí, creio, nem com a mágica do Rei Midas. O contumaz e monumental desmanche, promovido pelo todo poderoso, veio em hora absolutamente imprópria. Tudo indica que, ao invés de brigarmos por uma bela Libertadores, brigaremos novamente para não cair para a segundona do Brasileirão.
É óbvio que a cega tropa de choque sairá em defesa do Todo Poderoso, dizendo que os dispensados valorizaram-se muito, o Atlético não pode pagar, que os críticos deveriam candidatar-se à presidência e blá, blá, blá. Mas, não interessa, o futebol é feito de dinheiro. Seria difícil conseguir um grande patrocínio depois da magnífica campanha feita em 2013? Agora, nenhum grande patrocinador enfia dinheiro a fundo perdido em um clube, sem poder opinar e apenas aceitando passivamente as decisões do Imperador.
Petković, pra que? O irrecuperável Adriano que, em se recuperando, qualquer torcedor mirim sabe que irá para o primeiro time grande do Rio-SP que lhe chamar, pra que?
Não podemos esquecer que o Rei Midas ficou sem poder comer, porque a sua comida transformava-se em ouro quando por ele era tocada.