Os riscos de um projeto insano
A sobra do que fomos no Brasileirão de 2013 fez, na quarta-feira, o que se esperava dela: de forma atabalhoada, sem conjunto, sem padrão de jogo e sem qualidade, perdeu para um também medíocre time peruano. O resultado até que não seria desastroso, desde que o desconhecido Portugal e seus comandados inspirassem um mínimo de confiança. Não é o caso. Nem se deve atribuir a eles toda a culpa do mundo. Trata-se, afinal, de funcionários contratados pelo chefe maior, que demitiu uma comissão técnica vitoriosa, dispensou bons jogadores e pôs em campo uma equipe de inexperientes.
O fato é que nos restou, outra vez, a expectativa da sorte. É perfeitamente possível que a situação se reverta na Vila Capanema, na segunda fase do mata-mata. Ainda assim, o risco terá sido grande demais. Não foi nada fácil a classificação para a Libertadores, um caminho cheio de obstáculos e desafios. Passado pouco mais de um mês, dói constatar que, para nós, o torneio ameaça se reduzir a duas partidas rápidas e frustrantes. E que, se conseguirmos prosseguir, as dúvidas persistirão. O que esperar de um conjunto cujo meio de campo desapareceu? Ou de um técnico adepto da velha e desgastada linha burra, improvisador de jogadores que mal conhece em posições que não lhes pertencem? Ou de um mentiroso contumaz que, na presidência, decide moldar o futebol do clube à sua personalidade totalitária?
Vamos torcer, enfim, enquanto plantamos algumas batatas, batatas para o vencedor (Machado de Assis). Ficaremos satisfeitos se tudo der certo, apesar da cretinice reinante na cabeça de quem se imagina maior do que a instituição que dirige. Esse tipo de ideologia, que divide o mundo entre verdadeiros e falsos atleticanos, como se tudo tivesse começado em 1995, com a coroação de um déspota agora envelhecido, sustenta as loucuras que nos cansam a nós, que somos mortais. Aos idealizadores desse projeto insano, um pedido, apenas: devolvam o Clube Atlético Paranaense ao seu povo. Ou, se preferirem: vão lamber sabão (meu pai)!