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1 mar 2014 - 12h11

Un dibujo de un burro

Após esta breve homenagem ao alfarrábio castelhano no título (algo como “o desenho de um burro”), vamos ao que interessa. Vamos àquilo que o Aurélio, sempre presente nos momentos mais difíceis, tem para nos ensinar:

burro
bur.ro
sm (lat burru, vermelho) 1 Zool Produto híbrido resultante do cruzamento da égua com o jumento; é menos corpulento que o cavalo e tem orelhas muito grandes e crina curta. 2 Zool V jumento. col (acepções 1 e 2): lote, manada, récua, tropa. Voz: azurra, ornea, orneja, rebusna, relincha, zorna, zuna, zurra. 3 fam Indivíduo estúpido, grosseiro, teimoso ou muito ignorante. 4 Jogo de cartas próprio para crianças, no qual ganha o parceiro que primeiro se descarta. 5O parceiro que perde em cada partida desse jogo. 6 Náut Cabo para dar direção ao extremo da verga da mezena. 7 Pontalete que sustém horizontalmente carro de boi ou carroça. 8 Cavalete triangular, de altura regulável, em que se prende a madeira que vai ser serrada. 9 Armação em que os canteiros lavram as lousas de pedra. 10 Prensa para espremer raspa de mandioca; arataca. 11 Aparelho para torcer o fumo em corda. 12 Náut Pequeno motor auxiliar. 13 Tradução literal de autor clássico para auxilar os estudantes de línguas antigas. 14 Folc O médium de exu em quimbanda. B.-burreiro, Reg (Rio Grande do Sul): burro padreador de um lote de burras. B.-choro, Reg (Rio Grande do Sul): burro padreador de um lote de éguas; hechor. B. de carga: pessoa que trabalha em demasia. B. montês:espécie de jumento bravo; onagro. B. sem rabo: carregador que puxa um carrinho de mão. adj Asnático, estúpido, grosseiro, tolo. Pra burro, gír: em grande quantidade; muito, em demasia.

Vejam só meus nobres: transbordam significados para a semântica que constrói a palavra “burro”. Por vezes um mero substantivo, noutras tantas um adjetivo que vem a calhar, fato é que a construção “burro”, no vernáculo português, infelizmente, ainda não fora retratada da maneira mais adequada possível. Sobram dicionários e variações da expressão, mas ninguém ainda fez o simples: definir, de maneira sucinta, o que seria… um burro.

Mas nunca é tarde demais.

Miguel Ángel Portugal.

Pronto. Estou no aguardo dos royalties, créditos e quaisquer outras coisas que o valham nesta linha, advindas das editoras. Toda aquela enxurrada de explicações restaria devidamente dispensada, na hipótese de somarmos às definições dos dicionários, os três nomes componentes de um dos maiores absurdos destes quase 90 anos do Clube Atlético Paranaense.

Mas quem sabe eu esteja sendo muito injusto. Coitado do quadrúpede de orelhas compridas! Compará-lo a um aborto, que somente não nos deixou de fora da Copa Libertadores da América ainda em sua fase “Pré” por uma senhora ajuda vinda dos céus, é algo de tamanha gravidade, a ponto de embasar queixa de terceiros junto ao IBAMA. E se os três volantes, aliados a um verdadeiro rombo na meia cancha, contra os sofríveis Sporting Cristal e The Strongest, dentro de casa, já tinham sido muito para a paciência dos senhores… Eis que chegou o 25 de fevereiro de 2014. O dia, em definitivo, da superação deste espanhol, que muito cheira a um paraguaio, contratado a troco de banana, e com cheiro de falsificação, na Ponte da Amizade.

O pequenino Éderson escalado tal qual uma ilha, no ataque atleticano. Em sua retaguarda, dois meias de notória lentidão. E quem diria, a obviedade no insucesso do esquema seria “fichinha” perto daquilo que o segundo tempo reservava à torcida rubro-negra.

Sabe quando você, por volta dos 14, 15 anos, escuta um “não” da menina que gostaria de tomar para si na festinha do colégio? Ou então o filho, recém portador da CNH, que escuta um sonoro “não” do pai, para apanhar o carro do “velho” e ir até a esquina com o possante para comprar meia dúzia de pães? Pior, a cara do ariano do Perpétuo Socorro, ao ver o renascer de uma Baixada moderníssima, enquanto contempla a obra do puxadinho na Rua Mauá, que finalmente regularizou a situação do seu chiqueiro privé, funcionando desde a década de 1930 sem alvará?

Pois bem, eis o semblante de Adriano, que aquecia inconformado, na espreita das burradas patrocinadas por Portugal.

E se a cara de pau, e o atestado de incompetência haviam por encontrar limites até o dia de hoje, estes esfacelaram-se por si só quando, o técnico (?), que mais parece um garçom de mau humor ao anotar, anotar e anotar observações inócuas num pequeno bloco de papel (!), enquanto a peleja “come”, leve e solta, convocou o Imperador à partida. Roma já estava tomada por um incêndio incontrolável. Era cristalino perceber que já não havia tempo para mais nada.

Perto de Portugal, Casemiro Mior lembrava Parreira. Bob Fernades, e suas práticas nada ortodoxas em treinos, então, eram quase um “remake” de Muricy Ramalho. E o que dizer de Givanildo Oliveira? No reflexo do espanhol, o famoso “Giva” chegava a confundir o torcedor, se era de fato ele, ou Telê Santana gesticulando no banco.

Um boneco de posto. Um paspalho. Um alguém sem o mínimo de tesão no comando de um time construído, há quase 90 anos, justamente, na base do “sangue no olho”. É claro que não iria dar certo. Até o ponto final do presente desabafo, ainda não havia informações oficiais quanto à demissão desta inexplicável invenção, que atende pela alcunha de… Deixem pra lá.

Pra não dizer que não falei das flores:

Que paradoxo ronda a figura de Mário Celso Petraglia num momento desses. Da mesma maneira como, magistralmente, conduziu o nosso Atlético, novamente, à disputa de uma Libertadores, pôs tudo, mas absolutamente tudo a perder, quando bancou a vinda desta ameba mal vestida e sem vida para o posto mais importante da comissão técnica atleticana.



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