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23 mar 2014 - 16h40

Bellini, o nosso capitão

Em dezembro de 1967, terminado o Campeonato Paranaense, um desastre pairava sobre a nação rubro-negra: o Atlético estava rebaixado para a “segundona” do paranaense. Nessa época o estadual era o principal calendário dos clubes brasileiros, pois o torneio nacional apenas engatinhava. Como imaginar o Campeonato do Paraná sem o seu principal clube. É o mesmo que uma comida sem sal ou como um dia de praia sem sol. Porém, os anjos do destino não descansam.

Era eleito para o próximo biênio à frente do Atlético o Sr. Jofre Cabral e Silva. E como diz a canção, quem sabe faz a hora. E ele sabia.

Lutou contra o rebaixamento, rasgou o regulamento do campeonato em um programa esportivo de televisão, rugiu como um leão defendendo a sua prole e conseguiu manter o Atlético na divisão principal do futebol das araucárias.

O próximo passo era fazer um time, com a grandeza da paixão pelas cores rubro-negras. E lá foi o Presidente para São Paulo. E com certeza, nem imaginava o que conseguiria. O universo conspirava.

Capitão da Copa do Mundo de 1958, Bellini então jogando no São Paulo FC vestiria o manto sagrado do Clube Atlético Paranaense e devido a sua liderança e personalidade forte, vieram também Zé Roberto, Dorval, Nilson Borges e outros. O Furacão ressurgia das cinzas.

Em muitos jogos dessa época eu estive presente. Eu vi o Bellini jogar. Fecho os meus olhos e o vejo entrando em campo. E como a camisa do Atlético lhe ficava bem. Bellini, hoje faz parte da História do Atlético e isto nos honra e nos orgulha assim como temos a maior alegria de ter feito parte da História do Bellini. Partilhamos vitórias e tristezas, com o Capitão do Brasil. A sua passagem pelo rubro-negro paranaense foi maravilhosa, plena de emoções como sempre foi e é a vida do Atlético. Para quem não vive o Atlético não adianta explicar. Nunca vão entender.

E agora, em 20 de março de 2014, Deus resolve convocá-lo. Deve estar precisando de um zagueiro em seu time e não pode ser qualquer um. Tem que ser o Bellini. Vai em paz, com a certeza que você fez muita gente feliz. Vai contar as suas histórias lá no céu e de vez em quando conte que você encerrou a carreira no Atlético Paranaense e que nestas terras você é atleticano e que quando jogava no acanhado Joaquim Américo, ele se transformava no maior estádio do mundo, tomado por milhares de malucos de não paravam de gritar e cantar o seu amor pelo Atlético.

Vai Bellini, brincar de bola lá no céu.



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