Todos os sonhos do mundo
Quando penso no que o Atlético significa em nossas vidas me vem à mente o poema de Fernando Pessoa no qual Alberto Caeiro fala do rio que corre por sua aldeia. O rio de sua aldeia não se compara ao Rio Tejo, por onde navegam grandes navios, mas ao mesmo tempo é maior porque mais livre e por pertencer a menos gente. Só pertencemos a nós mesmos e somos os únicos responsáveis por nosso destino.
Ser atleticano é algo pedagógico, ajuda a forjar um caráter. Quem veste nossa camisa estará obrigado a aplaudir as piores derrotas quando jogadas com brio, assim como será chamado a coibir o menor sinal de soberba, ainda que vitoriosa. É cogitar que talvez não sejamos nada, mas trazemos em nós todos os sonhos do mundo. Enfim, nosso Furacão, definitivamente, não é um time para principiantes.
Parabéns Atlético, por chegar aos noventa anos de cabeça erguida, e ainda nos embargar a voz ao cantar teu hino. Privilégio de poucos, és meu único time e minha única certeza.