Obrigado, Atlético
Eu confesso: não escolhi ser atleticano. Quem escolheu foi meu pai. Eu apenas escolhi me manter rubro-negro. E olha que na época em que eu comecei a gostar de futebol, não existiam muitos motivos racionalmente compreensíveis para isso. Mas, filho de pais separados, por mais medíocre que fossem nossos elencos de 93/94, o programa de ir ao Pinheirão/Couto/Velha Baixada com meu pai me fazia uma criança mais feliz.
Dentre as melhores lembranças que já acumulamos juntos, a maioria tem uma bola no meio e o Furacão em campo. No Atletiba de 1996, estávamos nos encaminhando para ir embora da Baixada quando, no apagar das luzes, Oséas abriu o placar. Na confusão da comemoração, meu pai caiu em cima de mim. Fiquei com um baita roxo nas costas. Mas, mesmo machucado na hora, eu não estava nem aí para a dor. Só queria levantar e abraçá-lo para comemorar o gol. As alegrias ao lado do meu querido progenitor foram enormes. Títulos estaduais, vitórias sofridas, goleadas, título da Série B de 95, o épico de 2001. Em todos esses momentos de alegria, estávamos juntos. Tiveram também diversos jogos em que passamos raiva. Mas tudo bem. Às vezes, é saudável descontar a raiva do mundo em um Jonas qualquer.
Por tudo isso, meu querido Clube Atlético Paranaense, eu quero agradecê-lo. Mais do que me dar grandes alegrias pelas vitórias, você é o melhor pretexto que eu poderia ter para estar junto com meu pai.
Feliz 90 anos.