Queda das alturas
Não deu. O Atlético precisava apenas de um empate para seguir adiante na Libertadores, mas foi um time sem criatividade no primeiro tempo e sem fôlego no segundo.
Mesmo com grandes defesas de Weverton e um gol do Imperador com assistência perfeita de Marcelo, o Rubro-Negro perdeu por 2 a 1 e deu adeus à Libertadores com a sua segunda pior campanha da história na competição continental. Confira como foi a partida:
Com destaque para Weverton e gol do Imperador, Rubro-Negro se segura
O primeiro tempo não foi fácil para o Furacão, que teve como grande nome o goleiro Weverton, responsável por defesas milagrosas que evitaram um desastre na primeira etapa.
Tentando cadenciar o jogo, o Rubro-Negro era pressionado pelos donos da casa, que precisavam da vitória para avançar na competição. Em menos de dez minutos, Weverton levou uma dura do árbitro e Sueliton recebeu cartão amarelo por fazerem cera.
Mas as primeiras boas chances foram do Furacão. Aos 11 minutos, Éderson recebeu pela esquerda na entrada da área, ajeitou e bateu por sobre a meta de Daniel Vaca. Pouco depois, Mirabaje bateu falta para a área, a bola sobrou para Manoel, que acabou se atrapalhando na jogada. Aos 21, desta vez pela direita, Éderson dominou e mandou para o fundo das redes, mas a arbitragem anulou o gol, pois o camisa 9 estava em posição de impedimento.
A partir de então, começou a prevalecer a pressão do The Strongest. Aos 23, Pablo Escobar tocou para Reynoso que, dentro da área, cabeceou mal para sorte do Atlético. Aos 28, Reynoso chegou com perigo pela esquerda e tocou para Chumacero, que chegava pelo meio e foi travado na hora exata por Cleberson.
Foi neste momento, quando o Rubro-Negro passou a ser muito pressionado, que começou a brilhar a estrela de Weverton. Aos 31, o goleiro fez boa defesa quando Pablo Escobar cobrou falta, tentando pegá-lo desprevinido. Dois minutos depois, Castro chutou de longe, a bola ganhou velocidade, mas o arqueiro atleticano estava atento e fez tranquila defesa. Aos 35, o capitão salvou o Atlético de sofrer o primeiro gol quando Reynoso invadiu a área sozinho e tocou no canto, mas Weverton caiu bem e tocou para a linha de fundo.
Aos 37, outra grande defesa de Weverton, que espalmou para escanteio uma bomba de Reynoso, de fora da área. Mas na cobrança do tiro de canto, o arqueiro saiu mal do gol na tentativa de afastar a bola, que caiu nos pés de um jogador adversário. Este cruzou para a área e, tentando cortar, Manoel cabeceou para o gol, contra. The Strongest, 1 a 0, aos 38 minutos da primeira etapa.
Depois de sofrer o gol, o Atlético tentou sair para o jogo em busca do empate, já que o resultado punha fim na sua trajetória na Libertadores. Aos 44, Mirabaje cobrou falta para a área, mas o goleiro do The Strongest defendeu com tranquilidade. Em seguida, Adriano cabeceou com perigo e a bola saiu por sobre a meta de Vaca.
E aos 48 minutos, num contra-ataque rápido do Rubro-Negro, Marcelo recebeu lançamento na direita e tocou de primeira para o Imperador que, com tranquilidade, empurrou para as redes e marcou o gol de empate, seu primeiro com a camisa do Atlético.
Com os jogadores exaustos em razão da altitude, o Furacão foi para o vestiário com o resultado que assegurava sua classificação às oitavas-de-final da competição. Mas Adriano advertiu ainda na beira do gramado: "Eu acho que a gente tem que tocar um pouco mais a bola, a gente está dando muito chutão pro alto, a gente tem que valorizar mais um pouquinho a bola e chegar mais à frente", resumiu.
Atlético sofre com a altitude, perde o jogo e a classificação
Se o primeiro tempo terminou com alívio para a torcida atleticana, os primeiros minutos da segunda etapa já puderam demonstrar o que estava por vir. Aproveitando-se do cansaço do Rubro-Negro, o The Strongest foi com tudo para cima desde o início e não teve dificuldades para derrotar o Atlético, que foi apático no segundo tempo.
Logo nos primeiros minutos, os bolivianos conseguiram dois escanteios e, no segundo, Manoel salvou o que poderia ser o segundo gol do adversário. Percebendo o cansaço da sua equipe, Portugal logo tratou de mexer no time, tirando Éderson, que não vinha bem, para a entrada de Zezinho.
Mas a mudança não surtiu o efeito almejado, pois o Atlético não conseguia manter a posse de bola e continuava sendo pressionado. Tanto que, aos 10 minutos, Nelvin Soliz chegou pela direita e, contando com mais uma saída estranha de Weverton, tocou por cima do goleiro atleticano e mandou a bola para o fundo das redes.
Com o The Strongest novamente na frente, poder-se-ia esperar que o Furacão enfim acordasse, mas isso não aconteceu. Aos 19, Manoel bem que tentou aproveitar lançamento de Mirabaje e, de cabeça, mandou para fora. Mas nem as mudanças de Miguel Ángel Portugal surtiram efeito.
Marcos Guilherme entrou tentando dar velocidade à equipe, no lugar de Mirabaje, mas pouco produziu. Já o The Strongest aproveitava para valorizar a posse de bola e contava com a ajuda dos gandulas, que demoravam uma eternidade para fazer a reposição.
A única boa chance do Rubro-Negro na segunda etapa saiu aos 30 minutos, com um chute violento de Natanael, de longa distância, que passou muito perto. No mais, o time de Portugal foi incapaz de criar boas jogadas e claramente sentiu o desgaste de jogar na altitude, sucumbindo facilmente diante de um adversário fraco, mas que soube aproveitar as falhas atleticanas.
Ao apito final do árbitro, o Atlético deixou escapar a chance de avançar às oitavas-de-final da Libertadores e amargou uma de suas piores campanhas na competição continental, superior apenas à de 2002, quando o time terminou com uma vitória, dois empates e três derrotas.
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