10 abr 2014 - 0h01

Os sete pecados atleticanos na Libertadores

A desclassificação do Atlético na Libertadores, após a derrota por 2 a 1 para o The Strongest, na Bolívia, encerra de maneira melancólica e prematura o retorno do clube ao principal campeonato do continente após nove anos – a última participação havia sido em 2005, com o vice-campeonato.

No total, foram 8 jogos na Libertadores 2014, com 4 vitórias e 4 derrotas, 10 gols marcados e 10 sofridos, um desempenho que marcou a segunda pior participação do clube na competição, melhor apenas à de 2002, quando teve aproveitamento de 27,77% com 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas.

No entanto, a trajetória da desclassificação este ano foi traçada com uma sucessão de erros, que vão desde o desmanche do time terceiro colocado no Brasileiro do ano passado, até a forma errada de se preparar e escalar o time na decisão em La Paz. A equipe de colunistas da Furacao.com listou os principais erros do time de Miguel Ángel Portugal na competição, que servem para explicar o revés no torneio.

Aos atleticanos, fica a esperança que os erros sirvam de lição e que o clube inicie em abril um “novo feliz 2014”.

O JOGO DOS SETE ERROS DO FURACÃO

1- Desmontagem do time de 2013 e não contratação de reforços à altura
Do time que jogou a última partida no Brasileiro ano passado, contra o Vasco no dia 08 de dezembro, para o que estreou na Libertadores diante do Sporting Cristal, dia 29 de janeiro, foram cinco baixas: Léo, Luiz Alberto, Maranhão, Paulo Baier e Everton. Em compensação, das “caras novas” que chegaram, poucos surpreenderam positivamente – Sueliton, Natanael, Paulinho Dias, Mirabaje e Adriano foram jogadores contratados esta temporada e que jogaram na eliminação na Libertadores. “Um treinador desconhecido e barato no lugar de um que fez belo trabalho, um "planejamento" com dois elencos e somente um zagueiro de qualidade e vinda de jogadores sem nenhuma qualidade para jogar o segundo torneio interclubes mais importante do mundo, como o tal Mirabaje”, avaliou Juarez Villela Filho, colunista da Furacao.com. “De bom a vinda de dois laterais que mostraram qualidades e a percepção de que este time, mesmo modesto, se for bem treinado pode fazer um brasileiro sem sustos”, completou.

2- Aposta em um técnico inexperiente e que não acertou na montagem do time
Além da saída em massa de jogadores que fizeram campanhas de destaque no Brasileiro e na Copa do Brasil em 2013, o Atlético sofreu com a saída do técnico Vagner Mancini e do preparador físico Moracy Sant’Anna. Para o comando do time, veio o desconhecido Miguel Ángel Portugal, que havia trabalhado pouco em clubes de expressão, com passagens por San Esteban, Arandina CF, Real Madrid B, CD Toledo e Córdoba até chegar ao Racing e depois ao Bolívar, seu último clube antes de vir ao Furacão. “Nem mesmo o sufoco na fase preliminar serviu de alerta para uma mudança de rumo, principalmente, com a injustificável manutenção do técnico ruim! Só vontade não bastou pra superar os times medianos, assim como a estrela e o gol do Adriano foram insuficientes para compensar os erros cometidos após a excelente campanha de 2013”, lamentou Michele Toardik, colunista da Furacao.com.

3- Preparação ruim
O time se desmontou dentro e fora das quatro linhas, perdeu peças importantes na comissão técnica e em praticamente todas as posições no campo – apenas o ataque manteve as peças e ganhou reforço de peso – o que culminou numa preparação errada para o torneio mais importante do ano. Até o anúncio da nova comissão técnica demorou a acontecer, apenas de 08 de janeiro. “O Atlético não se preparou devidamente para a Copa Libertadores, contratou um técnico que pouco entende de futebol e o time não foi reforçado para disputar a competição”, disse Silvio Toaldo Junior. “Ao que parece a direção atleticana se contentou em somente participar da Libertadores 2014”, completou Juarez Villela Filho.

4- Manutenção de Portugal mesmo sem atuações convincentes
Desde a estreia contra o Sporting Cristal o técnico Miguel Ángel Portugal sofre com críticas quanto ao seu trabalho, que foi apenas acobertado com a dramática classificação na pré-Libertadores para a fase de grupos e se intensificou a cada rodada na competição. Desde a partida contra o Vélez, na Argentina, na segunda rodada, Portugal recebe contestações de todos os lados, começando pelo atacante Adriano e terminando nas arquibancadas com vários pedidos pela sua saída. “Quatro meses de preparação e nenhuma jogada ensaiada, nenhum ponto forte, defesa bagunçada e sistema de jogo indefinido”, criticou Alexandre Sugamosto, colunista da Furacao.com.

5- Derrota em casa para o Vélez, deixando para decidir na altitude
Apesar de chegar no último jogo com a vantagem do empate em La Paz, a derrota em casa para os argentinos do Vélez Sarsfield pesou decisivamente na eliminação. Jogando na Vila Capanema, foram 4 partidas na Libertadores, com 3 vitórias e 1 derrota – essa que praticamente definiu a eliminação, já que jogar com o revés da altitude precisando segurar placar seria uma equação difícil de ser equilibrada pelo grupo atleticano. “A desclassificação não veio ontem [terça-feira} na altitude, ela começou na derrota em casa para o Veléz Sarsfield e culminou na Bolívia, mas não esperava outra coisa, já que o futebol atleticano está jogado às traças já faz bastante tempo”, criticou o colunista Silvio Toaldo Junior.

6- Falta de seriedade e força de vontade do time
A famosa raça atleticana nos deixou na mão neste início de temporada. Num torneio em que a catimba é elemento obrigatório e a vontade muitas vezes prevalece à técnica, faltou ao Furacão justamente um algo a mais para querer ganhar. “Faltou ao Atlético jogar a competição com mais seriedade. A esquadra não demonstrou força de vontade, a não ser nos jogos da ‘pré-Libertadores’”, comparou Alexandre Sugamosto. “Contrariando tudo o que esperávamos, ou o mínimo que esperávamos do time dentro de campo, o Atlético não teve determinação e tesão suficiente para superar, nem o Velez em casa, nem o horrível time do The Strongest, na Bolívia”, completou o colunista Rogério Andrade.

7- Escalação errada em La Paz
Até mesmo os jogadores do The Strongest disseram que o Atlético se preparou errado para enfrentar a altitude de La Paz. Somado aos erros preparatórios, a escalação na Bolívia deixou a desejar para uma equipe que enfrentaria a altitude, iria cansar em campo e jogava com a vantagem do empate. “A ausência de conhecimento de futebol por parte do técnico Portugal ficou escancarada ao escalar o time em La Paz: com três atacantes, no jogo em que o empate nos classificaria. Se ele é conhecedor do torneio internacional, decepcionou e assinou sua demissão. É questão de tempo”, comentou Rogério Andrade.

A opinião dos colunistas

"A desclassificação precoce coroou a forma negligente com que a Libertadores foi tratada pelo Atlético. Nem mesmo o sufoco na fase preliminar serviu de alerta para uma mudança de rumo, principalmente, com a injustificável manutenção do técnico ruim! Só vontade não bastou pra superar os times medianos, assim como a estrela e o gol do Adriano foram insuficientes para compensar os erros cometidos após a excelente campanha de 2013. Estou inconformada, mas espero que a diretoria reconstrua uma comissão técnica decente para que tenhamos um desempenho mais digno nas competições que virão." – Michele Toardik

“O Atlético não se preparou devidamente para a Copa Libertadores, contratou um técnico que pouco entende de futebol e o time não foi reforçado para disputar a competição. A desclassificação não veio ontem na altitude, ela começou na derrota em casa para o Veléz Sarsfield e culminou na Bolívia, mas não esperava outra coisa, já que o futebol atleticano está jogado às traças já faz bastante tempo. O Atlético está pagando hoje o preço da sua incompetência, ou digamos assim, da sua falta de interesse em jogar futebol.” – Silvio Toaldo Junior

“Ao que parece a direção atleticana se contentou em somente participar da Libertadores 2014. Um treinador desconhecido e barato no lugar de um que fez belo trabalho, um "planejamento" com dois elencos e somente um zagueiro de qualidade e vinda de jogadores sem nenhuma qualidade para jogar o segundo torneio interclubes mais importante do mundo, como o tal Mirabaje. De bom a vinda de dois laterais que mostraram qualidades e a percepção de que este time, mesmo modesto, se for bem treinado pode fazer um brasileiro sem sustos. Paulinho Dias é bom jogador, ainda que tenha caído muito nas últimas partidas, Marcelo é uma realidade e a recuperação de Adriano Imperador vai nos ajudar.” – Juarez Villela Filho

“Além dos problemas já conhecidos e citados por todos, treinador ridículo e carência de reforços em posições fundamentais, faltou ao Atlético jogar a competição com mais seriedade. A esquadra não demonstrou força de vontade, a não ser nos jogos da ‘pré-Libertadores’, e podemos pensar até em uma certa indisposição com o treinador Portugal. Quatro meses de preparação e nenhuma jogada ensaiada, nenhum ponto forte, defesa bagunçada e sistema de jogo indefinido. Nosso time dependeu da inspiração de Marcelo, do faro de gol de Ederson, da segurança de Manoel, que falhou na reta decisiva, e nos milagres do arqueiro. É claro que um time com essas características não consegue ganhar nem torneio de bola de gude.” – Alexandre Sugamosto

“Contrariando tudo o que esperávamos, ou o mínimo que esperávamos do time dentro de campo, o Atlético não teve determinação e tesão suficiente para superar, nem o Velez em casa, nem o horrível time do The Strongest, na Bolívia. Para se jogar uma Libertadores da América é preciso ter tesão, força, garra. Somado a falta de vontade da equipe (salvo alguns jogadores que correram um pouco mais), assistimos um emaranhado dentro das quatro linhas, sem qualquer organização tática, especialmente no local onde se ganha jogo: o meio campo. A ausência de conhecimento de futebol por parte do técnico Portugal ficou escancarada ao escalar o time em La Paz: com três atacantes, no jogo em que o empate nos classificaria. Se ele é conhecedor do torneio internacional, decepcionou e assinou sua demissão. É questão de tempo. Não entramos na competição com um time de alta qualidade técnica, porém qualquer treinador um pouco mais inteligente e verdadeiramente técnico na arte do futebol, colocaria este time para jogar e estaríamos, no mínimo, classificados para as oitavas. Em resumo, no meu balanço final, o grande responsável pela eliminação do Atlético é o técnico Miguel Ángel Portugal. – Rogério Andrade



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