05/07/1982, Barcelona, Espanha – Estádio do Sarriá:

Com uma equipe cheia de protagonistas, jogando um belo futebol, uma brava equipe sucumbiu a Paolo Rossi & cia. O Brasil perdeu para a Itália pelo placar de 2 x 3, em um jogo que o empate nos classificava para as semifinais, e daí para o inédito tetra seria “moleza”.

Mas em campo o que se viu foram duas equipes lutando com unhas e dentes, disputando pedaço por pedaço daquele gramado. A Itália saiu na frente ainda aos 5’ do primeiro tempo, o empate veio com Sócrates aos 12’ do primeiro, mas aos 25’ de novo Rossi colocava a Itália à frente do placar. Veio o segundo tempo e o jogo continuava duro, Falcão empatou aos 23 minutos. Era só segurar que a vaga era nossa. Mas aos 30’ veio o fatídico terceiro gol dele, Paolo Rossi. Oscar quase empatou de cabeça, mas Dino Zoff faria uma das mais belas defesas de sua carreira. E nesse momento, dizem, morreu o Futebol Arte.

Hoje o que se viu foi um amontoado de jogadores, apavorados, perdidos em campo após o primeiro gol da seleção alemã. Tudo o que podia ser feito errado, assim se fez. Só não foi pior porque Júlio Cesar ainda fez uma grande defesa e dois chutes alemães passando rente à trave. O 7 x 1 saiu barato, perto do que apresentaram em campo os jogadores brasileiros.

Se me perguntarem qual das derrotas foi pior, posso garantir que a do Sarriá foi mais triste, pois o que mais se viu foi luta, determinação e acima de tudo, futebol bonito. Eu ao lado do meu pai, não conseguíamos acreditar que Zico, Júnior, Sócrates, Cerezo, Falcão etc., perdiam uma das mais belas partidas de futebol.

Assim como foi triste assistir aquela derrota, em 1994 comemorei o tetra com Romário e Bebeto e em 2002, o Penta com Ronaldo, Rivaldo e Kleberson.

Ou seja, o capítulo mais bonito fica reservado às grandes batalhas, sendo vitórias ou derrotas. Os fracassos devem servir é de lição, que vencer ou perder tem pouca diferença, mas sim, o quanto cada um deu de si.

Obs. Esse comentário não tem nada a ver com política, só para deixar bem claro.