Uma raça em extinção
Estava lá, nas tardes dos dias de semana, no gol de entrada do Joaquim Américo, via o técnico distribuir camisas, o coletivo, o barulho da bola quando chutada ou cabeceada e no final Sicupira entre outros treinando faltas e os goleiros saindo por último…no alambrado paravam para conversar com a gente.
Dia de jogo, o gol era para mim, para nós e…os jogadores pulavam um em cima do outro e beijavam a camisa olhando, olho no olho do torcedor.
O técnico saia com punhos cerrados, demonstrando seu espírito guerreiro ao nosso favor.
O Presidente e Diretores choravam de alegria e de emoção.
Os jogadores ficavam oito…dez anos, uma vida em um Clube, amavam a camisa e as cores.
Torcedores eram rivais e não inimigos, sentávamos lado a lado e brincar com o adversário era do jogo.
O Clube tinha um único objetivo:VENCER…POR NÓS, PELO TODO DE UMA AGREMIAÇÃO.
Passados anos, mais especificamente no jogo contra o Vitória da Bahia, sem poder ver os treinos, assistindo os jogadores comemorar os gols entre si, o técnico sair aliviado do campo e sem saber quem são nossos dirigentes, feliz por ver meu Atlético ‘lá no fundo do meu coração’ vencer, não gritei, não vibrei, tomei o caminho de casa, igual a todos…Eu, torcedor de futebol, o time, os jogadores e dirigentes UMA RAÇA EM EXTINÇÃO.