Saudade
A palavra saudade é uma exclusividade da língua portuguesa, um privilégio que somente nós, que a falamos podemos expressar, e que define um sentimento quase indescritível. Alguns dicionários definem a saudade como sendo um sentimento nostálgico provocado pela distância de (algo ou alguém), pela ausência de uma pessoa, coisa e local, ou ocasionado pela vontade de reviver experiências, situações ou momentos já passados.
Infelizmente como não resido mais em Curitiba, a todo o jogo do meu Furacão este sentimento aflora, principalmente quando assisto a torcida cantando e vibrando por este time único e capaz de aflorar sentimentos tão distintos em apenas 90 minutos.
Mas noto que a saudade, este sentimento que machuca a alma, aperta o peito e faz doer não tem como principal causa a distância ou a ausência, pois vejo em cada rosto mostrado pela televisão a saudade estampada na cara de meus irmãos atleticanos que estão presentes em nossa renovada e moderna Arena. Logo só posso definir que a saudade que temos, nós atleticanos, é causada principalmente pela vontade de reviver. Sim, reviver momentos brilhantes, campanhas empolgantes, times aguerridos e arquibancadas vibrantes, revestidas por um rubro negro indefinidamente apaixonante.
Pergunto-lhe caro irmão rubro negro, de que vale uma casa nova, moderna e sofisticada, se seus moradores não estão felizes?
Tenho saudade sim, quando lembro o Oséas subindo pelas grades do velho Joaquim Américo, daquele time aguerrido que conquistou o Brasil em 2.001, do quadrado mágico que nos levou à Libertadores em 1.999, do brilhante time que nos encantou em 2.004, do Furacão das Américas de 2.005 e da surpreendente campanha de 2.013.
Não me contento com tijolos, concreto e ferro, pois o que define a felicidade não é o ter, mas o estar, então o que precisamos para estarmos felizes? Eu lhes digo: precisamos ser respeitados, precisamos ser ouvidos e ter em campo um time que realmente seja digno de uma torcida apaixonada.
Por fim quero dizer que orgulho-me sim de nossa casa nova, mas antes de tudo quero ser um morador feliz…
Sorte para nossos garotos e que o Deus do futebol faça com que a inexperiência deles seja compensada pelo inquestionável talento e execre o fantasma da série B, pois definitivamente este não é o nosso lugar!